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O fantasma zombeteiro da queda da FTX continua rondando o mercado de criptomoedas. A nova vítima da recessão sofrida pelo segmento é a BlockFi, startup de gestão e empréstimos de moedas digitais que acabou de pedir o seu Capítulo 11, conhecido no mercado norte-americano como pedido de recuperação judicial.

Segundo destacaram fontes de mercado, a decisão da empresa tem ligações diretas com a implosão da FTX, já que no começo do mês ela congelou saques de seus clientes, alegando que suas posições na corretora ficaram bastante comprometidas, assim como valores que a BlockFi tinha no braço de investimentos da FTX, a Alameda Research.

Segundo reportou a Bloomberg News, o pedido na corte do distrito de Nova Jersey diz respeito à BlockFi e oito de suas empresas associadas. Segundo o pedido registrado pela BlockFi, o maior credor da companhia é a Ankura Trust Company, que pediu o ressarcimento de US$ 729 milhões em valores não segurados. A própria FTX está entre os credores da BlockFi, com US$ 275 milhões emprestados à fintech.

No geral, conforme a empresa destacou em seu pedido de Capítulo 11, a BlockFi acumula mais de 100 mil credores ativos, com compromissos em aberto entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões.

Mercado em apuros

Pelo jeito a BlockFi não chegou a tempo de conseguir uma “boquinha” com a Binance, que na última sexta (25) anunciou um fundo para ajudar empresas do setor de criptomoedas que estão passando por dificuldades financeiras.

Chamado de Industry Recovery Initiative (iniciativa para recuperação da indústria, em uma tradução direta), o fundo começou com US$ 1 bilhão, mas já está trazendo novos players para colaborar. Cerca de 7 outras companhias e fundos como Polygon Ventures e Animoca Brand também entraram na jogada, contribuindo com US$ 50 milhões cada um.

Ao anunciar o lançamento da iniciativa em suas redes sociais, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), chegou a citar a BlockFi como uma possível empresa a ser beneficiada pelo fundo, mas poucos dias depois veio a notícia do Capítulo 11.

O fato é que a implosão da FTX, um baque de mais de US$ 32 bilhões no mercado de criptoativos, seguirá causando ondas no mercado, chegando inclusive a derrubar preços de moedas consideradas valorizadas, como o Bitcoin e Ethereum. Segundo especialistas, não deve ser o suficiente para matar este segmento, mas o trabalho de contenção de danos levará um tempo, e demandará correções de curso.

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