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Grammarly compra Superhuman para ser mais que um "app de escrita"

Movimento faz parte da estratégia da startup em se posicionar como uma suíte de produtividade, após captar US$ 1B com General Catalyst

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Grammarly | Foto: divulgação
Grammarly | Foto: divulgação

A Grammarly não quer mais apenas lembrada como uma aplicação que ajuda profissionais e escrever corretamente. No último ano, a partir de investimentos e aquisições, a empresa está gradualmente migrando para uma solução de gestão de tarefas e produtividade. Essa semana, a companhia fez a sua mais nova cartada nessa direção, comprando a Superhuman, startups de IA para contas de email.

Segundo reportou o TechCrunch, os termos da negociação não foram abertos, mas segundo divulgou o CEO da Grammarly, Shishir Malhora, a aquisição ajudará a empresa a entregar a milhões de profissionais uma nova interface de colaboração baseada em agentes de IA, “que simplesmente não existe em nenhum outro lugar”.

Em seu anúncio, a Grammarly afirmou que pretende desenvolver agentes de IA para e-mails utilizando a tecnologia da Superhuman. A empresa destacou que o e-mail continua sendo um dos principais usos entre seus usuários. Nos últimos meses, a Superhuman lançou recursos baseados em inteligência artificial voltados para agendamento, respostas automáticas e organização de mensagens.

De acordo com o CEO da Superhuman, Rahul Vohra, a fusão servirá para a startup focar ainda mais em experiências diferenciadas. ““E-mail é a principal ferramenta de comunicação para bilhões de pessoas no mundo todo — e o caso de uso número um entre os clientes da Grammarly. Vamos investir ainda mais na experiência central do Superhuman, além de criar uma nova forma de trabalhar, na qual agentes de IA colaboram entre as ferramentas de comunicação que todos usamos diariamente,” afirmou Rahul.

A aquisição da Superhuman vem na sequência de movimentos importantes que a Grammarly fez para deixar de ser apenas um assistente de escrita, entrando no segmento de suítes de produtividade, passando a competir com nomes como ClickUp, Asana, Evernote, entre outros. No fim de 2024, a Grammarly comprou por um valor não divulgado a Coda, uma startup ainda early stage do segmento, e nomeou o fundador da Coda, Shishir Mehrotra, como CEO.

Ainda nesse embalo, em maio deste ano a Grammarly levantou US$ 1 bilhão com a General Catalyst. O deal não foi em equity, e sim fez parte do Customer Value Fund (CVF), veícuo criado para apoiar startups em estágio avançado que já contam com receitas previsíveis, ajudando-as a captar novos recursos com foco específico na expansão dos negócios.

A Grammarly foi avaliada em US$ 13 bilhões em 2021, durante o auge da era dos juros zero. No entanto, segundo um investidor da empresa que preferiu não se identificar ao TechCrunch, o valor de mercado atual da companhia está consideravelmente abaixo daquele pico.