Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão para começar e, como não poderia deixar de ser, a tecnologia será um grande player nas 48 modalidades que serão disputadas a partir do próximo sábado (27). Aliás, em termos de tecnologia, o grande “game changer” para esta edição é ela mesma – a inteligência artificial. E tanto grandes empresas tech, quanto startups, estão somando forças para entregar dados e precisão em diferentes aspectos da competição.
Em comunicado no site do Comitê Olímpico Internacional (COI), o presidente do comitê Thomas Bach ressaltou que a inteligência artificial trará conceitos inovadores em tecnologia para o esporte.
“Um dos mais importantes é a prevenção de abusos online, já que esperamos mais de meio bilhão de posts em redes sociais durante os jogos. Também vamos abrir novos caminhos para a formação e identificação de talentos, atendendo ao compromisso que a IA no esporte deve ser acessível a todos”, destacou o executivo, no site do COI.
Entretanto, os usos da inteligência artificial nos jogos de Paris não vão ficar só nisso. Aqui vão alguns exemplos de como empresas líderes de mercado e startups francesas e do mundo todo vão colaborar nas Olimpíadas.
Foco nos atletas
Em parceria com a Intel, o COI criou um motor de IA dedicado a proteger atletas de assédios nas redes sociais, capaz de monitorar milhares de mensagens e contas, detectando em tempo real mensagens abusivas em diferentes plataformas sociais.
Além disso, segundo o CTO do COI, Ilario Corna, os atletas também poderão testar a plataforma Athlete365, serviço projetado para fornecer respostas fáceis e rápidas às perguntas frequentes sobre tópicos como diretrizes de mídia social, regras antidoping e regulamentos da Regra 50.
“Por enquanto, estamos adotando uma abordagem ponderada para testar e avaliar como a IA pode ser usada para melhorar os Jogos Olímpicos e prepará-los para o futuro”, explica o CTO.
IA para ganhar eficiência
Os avanços em IA e análise preditiva também serão utilizados nos bastidores do Jogos Olímpicos, ajudando a criar uma competição mais eficiente e sustentável. O consumo de energia em Paris 2024 será monitorado em tempo real e os dados capturados serão usados para informar o planejamento futuro.
Para o planejamento dos atuais jogos, o COI, em conjunto com nomes como Intel e Atos, empregou o conceito de gêmeos digitais, prevendo demandas energéticas, de acessibilidade, conectividade, entre outras, sem precisar estar no local para detectá-las. “Usando esses gêmeos digitais dos locais dos Jogos, podemos mudar a forma como organizamos os Jogos”, diz Ilario Corna.
No backoffice, a Atos, um dos maiores nomes do segmento de TI no mercado francês, coordenará uma equipe de 15 parceiros de tecnologia composta por mais de 2 mil especialistas.
Durante as competições
Mas e na hora em que os esportes estiverem rolando? Para as Olimpíadas de 2024, o COI resolveu construir em cima das inovações que já tinha experimentado nas Olimpíadas de verão em Tóquio (2020) e inverno em Pequim (2022).
Com o apoio de empresas como a OMEGA, o comitê usará IA para gerar insights sobre o desempenho de cada atleta e ajudando a acompanhar as sua posições durante eventos como canoagem, maratona, marcha atlética, ciclismo de estrada, vela, triatlo e outros.
Além do comitê
Contudo, os Jogos Olímpicos não acontecem só nas arenas de competição. Para os 15 dias de evento, a capital francesa deverá receber mais de 15 milhões de pessoas, e a cidade também investiu em aplicações de IA para atender esse influxo massivo de visitantes.
Para se preparar para a chegada de turistas, a Autoridade de Transportes de Paris (RATP, em francês) desenvolveu um aplicativo de tradução automática baseada em IA, que será utilizado por mais de 6 mil agentes de estações de transporte, ajudando-os a se comunicar em até 16 idiomas. Chamado de Tradivia, e criado em parceria com a startup de acessibilidade local Ava, o app é resultado de um investimento de € 2 milhões.
Quem também está apostando alto na IA para as Olimpíadas é o Google. A big tech será o parceiro oficial de pesquisa de IA da equipe dos EUA, marcando a primeira vez que uma empresa de tecnologia faz parceria com a organização esportiva.
O patrocínio será exibido em peso nas transmissões de TV nos Estados Unidos, em que o Google utilizará o seu modelo de IA Gemini para entregar insights e resumos gerados por IA aos apresentadores e comentaristas da NBC Universal, detentora dos direitos de exibição dos jogos em terras ianques.