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A proliferação de fraudes e golpes no Zelle, app de pagamentos P2P controlado por sete grandes bancos norte-americanos, incluindo JPMorgan e Bank of America, atraiu a atenção dos legisladores e colocou os bancões sob o escrutínio de agências de regulação.

Segundo reportou o Wall Street Journal esta semana, o Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) está investigando bancos como o JP Morgan, Bank of America, Wells Fargo e outros em função do manuseio de fundos de clientes na Zelle Network, que foi lançada em 2017 como uma resposta dos bancos ao popular app Venmo.

Por sua facilidade de uso, conectando as contas bancárias de usuários a um perfil no app apenas por uma conta de email ou telefone, o Zelle rapidamente se tornou o maior meio de transferências P2P. Só em 2021, as pessoas enviaram US$ 490 bilhões por meio do Zelle, mais que o dobro do Venmo.

Aliás, foi em 2021 que o Zelle chegou a ser chamado de “Pix americano”, apesar de ter sido lançado antes. Entretanto, em meados do mesmo ano, os usuários do Zelle começaram a ser vítimas de uma série de fraudes.

Nos golpes, os cibercriminosos contatavam usuários dentro do app e utilizavam de engenharia social, se passando por funcionários de lojas ou de bancos, para solicitar transferências e roubar usuários desavisados.

Entretanto, mesmo cientes dos milhares de golpes no Zelle, os bancos nao quiseram assumir a responsabilidade de ressarcir seus clientes.

Em sua defesa, elas invocaram a lei federal dos Estados Unidos que cobre transferências eletrônicas – conhecida no setor como Regulamento E – que protege apenas as transações “não autorizadas”. Ou seja, no caso das fraudes do Zelle, apesar de terem sido enganados, os usuários autorizaram as transferências.

Entretanto, agora os bancos estão sob o olhar atento da CFPB, que está fiscalizando os esforços para proteger as transações no Zelle, o que não agradou em nada as instituições financeiras.

O JP Morgan divulgou em um documento na semana passada que estava respondendo às perguntas do CFPB sobre p Zelle e considera processar o órgão de defesa do consumidor dos EUA por causa das perguntas da agência.

Além disso, quanto às exigências de assumir o ressarcimento de seus clientes, as bancos argumentaram que cobrir o custo de golpes incentivará mais fraudes e potencialmente custará bilhões de dólares.

Em uma declaração, a Early Warning Services, fintech operadora do Zelle, disse que “tomou medidas proativas para ir além da lei liderando a indústria em esforços de reembolso de golpes” e observou que 99,95% das transações são concluídas sem nenhum relato de fraude ou golpe.

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