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Julgamento sobre monopólio do Google começa nesta segunda

DOJ alega que o Google monopoliza o mercado de publicidade digital e pede a dissolução do gigante de tecnologia

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Foto: Canva

O Google passará as próximas semanas tentando se defender das acusações de monopólio em um processo movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), em conjunto com os estados da Califórnia, Nova York, Colorado, Virgínia, Connecticut, Nova Jersey, Rhode Island e Tennessee. O julgamento começa nesta segunda-feira (09) em um tribunal federal em Alexandria, Virgínia.

No processo, o DOJ e os estados acusam o Google de monopolizar ilegalmente um mercado de anúncios digitais que corresponde a US$ 250 bilhões. O departamento pede a dissolução do gigante de tecnologia, medida que não se via desde o caso do governo americano contra a Microsoft nos anos 2000.

“O comportamento anticoncorrencial da Google forçou os principais competidores a abandonar o mercado de tecnologia publicitária, dissuadiu potenciais concorrentes de aderirem ao mercado e deixou os poucos concorrentes restantes da Google marginalizados e injustamente desfavorecidos. O Google frustrou uma concorrência significativa e dissuadiu a inovação na indústria de publicidade digital, impediu que o mercado livre funcionasse de forma justa para apoiar os interesses dos anunciantes e editores que tornam possível a poderosa internet de hoje”, alega o DOJ no processo enviado à Justiça.

No documento, o departamento cita diversas aquisições que fizeram com que o Google dominasse o mercado de publicidade digital, como das empresas DoubleClick, Invite Media e AdMeld. Segundo o DOJ, o Google domina cerca de 90% do mercado de servidores de anúncios.

Esse é o segundo processo antitruste que o Google enfrentou recentemente. No início de agosto, o juiz Amit Mehta, do distrito de Columbia, havia decidido que a companhia violou a lei americana ao manter monopólio ilegal no segmento de buscas. A ação foi aberta em 2020 pelo DOJ, que acusou o Google de criar barreiras de entrada para concorrentes como o Bing, da Microsoft, e DuckDuckGo.

O que diz o Google

Neste domingo, o Google publicou um artigo informando qual será a sua defesa junto à Justiça americana. A companhia alega que existem “centenas” de competidores no mercado de publicidade digital.

“Empresas de mídia como Comcast e Disney, varejistas como Walmart e Target, e empresas especializadas em tecnologia de publicidade como Criteo, Index Exchange e Trade Desk investem na construção de seus serviços de anúncios online. Só nos últimos meses, Paypal, Costco e United Airlines introduziram novos serviços de tecnologia de publicidade”, argumenta o Google.

O gigante de tecnologia alega ainda que seus produtos são desenvolvidos para funcionar em conjunto com os dos concorrentes, e que as empresas muitas vezes combinam fornecedores, usando diferentes plataformas simultaneamente. “Damos aos rivais acesso aos nossos produtos, mesmo que a lei antitruste americana não exija isso. É o que nossos clientes esperam e ajuda todo o ecossistema de anúncios”, diz.

O Google também alega que suas taxas de tecnologia de publicidade são inferiores às médias relatadas do setor, o que favorece a contratação por parte de pequenos negócios.

“O caso do DOJ corre o risco de gerar ineficiências e preços mais elevados – a última coisa que a economia da América ou as nossas pequenas empresas precisam neste momento”, defende.