Em meio à acirrada disputa pela próxima presidência dos Estados Unidos, um grupo de grandes investidores e fundadores do cenário tech no país estão unindo forças para apoiar a candidatura da democrata Kamala Harris.
Segundo reportou a CNBC e o The New York Times, um grupo formado por cerca de 800 nomes, e que somam mais de US$ 280 bilhões em ativos sob gestão, lançaram sua primeira campanha de arrecadação de fundos para a campanha de Kamala e seu vice, Tim Walz.
Na lista de apoiadores, estão investidores conhecidos como Mark Cuban, Reid Hoffman (cofundador do LinkedIn), Vinod Khosla, o bilionário Chris Sacca e o “super-anjo” Ron Conway. O movimento tem até um nome, chamado VCsForKamala, e tem como objetivo levantar pelo menos US$ 5 milhões em doações para a candidata democrata.
Não é um grande valor em termos monetários, ainda mais levando em consideração que somente Elon Musk anunciou que doaria US$ 45 milhões para o chamado “super PAC” de Donald Trump, mas de acordo com diretora administrativa da empresa de capital de risco Graham & Walker e organizadora-chefe do VCsForKamala, o objetivo é passar uma mensagem que uma boa parte do Vale do Silício não quer Trump de volta à Casa Branca.
“Somos pró-negócios, pró-sonho americano, pró-empreendedorismo e pró-progresso tecnológico”, disse o grupo em uma declaração publicada em seu site, VCsForKamala.org . “Também acreditamos na democracia como a espinha dorsal da nossa nação.”
Os movimentos são talvez a reação mais pública aos capitalistas de risco e executivos de direita que alguns líderes de tecnologia veem como dominando a conversa política na comunidade tecnológica. Durante anos, o Vale do Silício foi amplamente considerado um reduto progressista, em linha com o posicionamento pró-democrata que a Califórnia mostra nas urnas.
Contudo nas últimas semanas, nomes grandes como Elon Musk e os investidores Marc Andreessen, Ben Horowitz e David Sacks endossaram o ex-presidente Donald Trump, mostrando que os apoiadores da direita e do Partido Republicano estão crescendo de tamanho no Vale.
“Vamos mostrar aos fundadores que nem todos os VCs se tornaram MAGA (Make America Great Again, slogan de Trump)”, dizia o formulário de inscrição do movimento, como uma clara resposta a esta tendência.
Alguns doadores e agentes democratas ligados ao Vale do Silício se preocuparam reservadamente com o fato de a campanha de Biden não ter prestado atenção suficiente às mudanças políticas na indústria de tecnologia. A campanha de Harris buscou organizar mais os líderes do Vale do Silício, e Kamala, que é da região da baía de São Francisco, está planejando uma viagem para arrecadar fundos ainda em agosto.