A OpenAI, que já recebeu cerca de US$ 14 bilhões em investimentos da Microsoft, pode estar prestes a perder uma das suas principais investidoras. A relação entre as duas techs vive seu momento mais tenso desde o início da parceria, em 2019. O impasse envolve disputas sobre controle, divisão de lucros e a autonomia operacional da OpenAI, que tenta se reestruturar como uma corporação de benefício público com fins lucrativos — mudança que exige aprovação da Microsoft. Sem o aval da gigante de tecnologia, a criadora do ChatGPT arrisca perder até US$ 20 bilhões em potenciais aportes até o fim de 2025.
A tensão entre a criadora do Windows e a OpenAI não é de hoje, e teve seu estopim em 2023, quando as duas deixaram de agir como aliadas para se enxergarem como concorrentes diretas. Até aquele momento, a Microsoft era a principal investidora da startup — não só com recursos financeiros, mas também oferecendo sua infraestrutura de nuvem, o Azure, essencial para sustentar os avanços em inteligência artificial da OpenAI.
Com bilhões de dólares investidos, a gigante de Redmond ganhou acesso exclusivo aos modelos de inteligência artificial da OpenAI, com direito a integração em produtos como o Microsoft 365 Copilot, GitHub Copilot e Bing, além de ser o único provedor de computação para os sistemas da dona do ChatGPT.
O cenário mudou drasticamente após a demissão-relâmpago de Sam Altman do cargo de CEO da OpenAI, também em 2023. Apesar dele ter sido rapidamente reconduzido ao posto, o episódio abalou a confiança da Microsoft, que desde então passou a diversificar seus investimentos em IA, desenvolvendo modelos próprios (como o Phi) e incorporando soluções concorrentes.
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Não foi só a Microsoft que “não gostou”
O ano de 2025 tem sido conturbado para a OpenAI, começando pela transição da empresa para um modelo com fins lucrativos, que acabou se tornando uma grande dor de cabeça.
A Microsoft não é a primeira a não gostar da ideia, uma vez que Elon Musk chegou a tentar comprar a dona do ChatGPT por US$ 97,4 bilhões em fevereiro, alegando que a OpenAI estava se afastando de seu foco em pesquisa sem fins lucrativos, para se tornar uma companhia cada vez mais comercial.
Dois meses depois, a criadora do ChatGPT chegou a entrar com um processo contra Musk, alegando que a tentativa do bilionário de simular uma proposta de aquisição teria como objetivo desestabilizar a companhia e comprometer seu futuro.
