
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (22) que o país fechou um acordo com a Intel para adquirir 10% de participação na fabricante de chips, que tem passado por um período de dificuldades, enquanto perde competitividade para rivais asiáticas, como TSMC. A intervenção estatal em companhias do setor privado tem se intensificado no governo Trump, como tentativa de garantir a soberania tecnológica e industrial do país.
Neste ano, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos se tornou o maior acionista da mineradora de terras raras MP Materials, adquirindo cerca de 15% da companhia, como parte de uma estratégia para diminuir a dependência da China em metais usados para a fabricação de eletrônicos, veículos elétricos e armamentos.
O governo americano também obteve uma golden share (ação com poder de veto) na siderúrgica US Steel, garantindo influência estratégica sem controle majoritário formal.
Fã ou hater?
O acordo para a aquisição de 10% das ações da Intel pelos EUA vem na esteira de uma reunião entre o presidente Donald Trump e o presidente da companhia, Lip-Bu Tan, nascido na Malásia, que esteve na Casa Branca no dia 11 de agosto. O encontro aconteceu depois de o presidente dos EUA pedir a renúncia do CEO, alegando possíveis conflitos de interesse ligados à China.
Após a reunião, porém, Donald Trump foi só elogios ao executivo, dizendo que seu sucesso e ascensão “são uma história incrível”. Com a compra de 10% das ações da Intel, o governo americano se torna o maior acionista da companhia.
Ainda nesta semana, a fabricante de chips anunciou um investimento de US$ 2 bilhões em ações ordinárias pelo japonês SoftBank Group. Na ocasião, Masayoshi Son, CEO do grupo, afirmou que o investimento estratégico reflete a crença de que a “fabricação e o fornecimento de semicondutores avançados se expandirão ainda mais nos Estados Unidos, com a Intel desempenhando um papel fundamental”.