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Senado dos EUA alerta para tática de big techs para monopolizar IA

Empresas como Amazon e Microsoft estariam contratando C-Levels e times de startups de AI, sem formalmente adquirir as empresas

monopólio
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Três senadores dos Estados Unidos entraram com pedido de investigação das gigantes da tecnologia por estarem utilizando um mecanismo chamado de “poaching” ou “acqui-hiring” para monopolizar o mercado de inteligência artificial. A estratégia consiste em contratar funcionários e executivos C-Level de startups promissoras de IA e licenciar a tecnologia desenvolvida por elas para realizar uma espécie de aquisição da empresa. Porém, sem que isso seja enquadrado nas leis americanas que buscam evitar a formação de monopólios.

Na última sexta-feira, os senadores democratas Ron Wyden (Oregon), Elizabeth Warren (Massachusetts) e Peter Welch (Vermont) enviaram uma carta pedindo aos responsáveis ​​pela aplicação da lei antitruste no Departamento de Justiça (DOJ), Jonathan Kanter, e na Comissão Federal de Comércio (FTC), Lina Khan, para “reprimir a consolidação massiva da inteligência artificial generativa (IA) emergente por gigantes da tecnologia como Amazon, Microsoft e Google“.

“A extensa consolidação na indústria de IA generativa prejudica os consumidores, impede a inovação e ameaça a segurança nacional”, diz a carta, que destaca: “Para IA generativa, temos profundas preocupações de que ataques a modelos construídos ou controlados por grandes empresas possam comprometer a vida e a privacidade dos americanos, envenenar o nosso ecossistema de informação e prejudicar a nossa economia”.

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O texto cita como exemplo a contratação dos fundadores da startup Adept pela Amazon, anunciada em junho. Segundo o acordo, a startup de São Francisco enviaria cerca de 66% do seu quadro de funcionários para a Amazon, incluindo o CEO e vários cofundadores. Além disso, a Adept anunciou que vai licenciar seus modelos e datasets para a Amazon, usando os recursos restantes para desenvolver
produtos para corporações.

“A indústria de tecnologia tem um termo para acordos em que uma empresa dominante adquire uma startup com o propósito de contratar seus funcionários: acqui-hiring. Uma acqui-hiring é uma aquisição formal que passa por escrutínio regulatório em relação ao seu impacto sobre os consumidores, a concorrência e a qualidade. Com Adept, a Amazon essencialmente fez uma acqui-hiring reversa: contratou os funcionários e, no processo, efetivamente adquiriu a empresa. No entanto, ao contrário de uma acqui-hiring, o acordo da Amazon com a Adept lhes permitiu evitar o preenchimento de documentações obrigatórias que alertariam a FTC e o DOJ sobre seu plano”, explica a carta.

A prática de recrutamento agressivo de funcionários de outras empresas também é conhecida nos Estados Unidos como “poaching”. Em junho, o FTC havia anunciado a abertura de uma investigação
para saber se a Microsoft estruturou deliberadamente seu acordo recente com a Inflection, outra startup de IA, para evitar chamar a atenção dos órgãos antitruste do governo. Nesse acordo, a Microsoft contratou a maioria dos 70 funcionários da Inflection, incluindo o CEO e o cientista chefe, mas não adquiriu formalmente a empresa.