
A Sequoia Capital é um dos maiores fundos do mundo, mas essa fama se deu baseada em uma tese simples: investir em negócios inovadores ainda em seus primeiros estágios. Depois de passar por dificuldades financeiras, com prejuízos em investimentos de alto valor realizados nos últimos anos, agora a gestora quer voltar às suas raízes. Uma prova disso são seus novos veículos de investimento, que somam quase US$ 1 bilhão.
Segundo divulgou o TechCrunch, o novo fundo da Sequoia quer manter uma abordagem consistente – ou seja, não está nos planos da gestora se deixar levar pelo hype da inteligência artificiais e seus cheques inflados.
“Os mercados sobem e descem, mas nossa estratégia permanece consistente. Estamos sempre em busca de fundadores fora da curva, com ideias capazes de construir empresas que atravessem gerações”, disse Bogomil Balkansky, sócio da equipe de investimentos em estágio inicial da Sequoia.
Os novos investimentos da Sequoia virão de dois fundos, um de US$ 750 milhões voltado a rodadas série A, e outro de US$ 200 milhões para rodadas seed.
Segundo Bogomil Balkansky, o plano é recriar os tempos em que a Sequoia apostou em futuros gigantes como Airbnb, Google, Nvidia e Stripe ainda em seus primeiros passos. Segundo o sócio, a missão neste momento é encontrar ideias e fundadores promissores.
“Nossa ambição sempre foi — e continua sendo — identificar esses fundadores o mais cedo possível, arregaçar as mangas e participar ativamente da construção de suas empresas.”
A estratégia, que já vem sendo ensaiada desde 2022, já começou a render frutos: investimentos em rodadas seed e Série A de empresas como Clay, Harvey, n8n, Sierra e Temporal se valorizaram múltiplas vezes em meio ao boom da inteligência artificial.
A nova postura, entretanto, veio a duras penas. A empresa sofreu um duro golpe financeiro no fim de 2022, ao perder mais de US$ 200 milhões com o colapso da exchange de criptomoedas FTX, o que fez a gestora também cortar drasticamente o seu fundo voltado a cripto. Isso foi seguido da separação de suas operações na Índia e na China em 2023.
Em 2021, a firma reformulou sua estrutura, criando um fundo principal permanente (evergreen) apoiado por subfundos específicos por estratégia, com o objetivo de manter participações em empresas do portfólio mesmo após seus IPOs.