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Sete Magníficas perdem US$ 389M de valor de mercado em abril

Enquanto a Microsoft foi a empresa que mais perdeu valor de mercado no mês, Alphabet e Tesla ficaram mais valiosas

Wall Street
Wall Street

As sete maiores empresas de tecnologia do mundo — Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla — perderam juntas, em abril, US$ 389 milhões em valor de mercado. Os resultados estão relacionados com os balanços financeiros do primeiro trimestre, que começaram a ser divulgados pelas companhias durante este mês.

Apesar dos resultados considerados positivos até o momento para todas as empresas, com exceção da Tesla, investidores se mostraram receosos com o futuro das gigantes de tecnologia. Seja em razão de projeções de aumento de gastos para fazer frente aos investimentos em IA, como no caso da Meta, ou pela escassez de matéria prima necessária para fazer frente à demanda, como ocorre com a Nvidia e a própria Tesla.

Entre as sete companhias, a que mais perdeu valor de mercado em abril foi a Microsoft, que encerrou o mês valendo US$ 232,5 milhões a menos que em março. Em seguida, estão a Meta, que perdeu US$ 146,7 milhões, e a Nvidia, com menos US$ 98,8 milhões. O levantamento foi feito com exclusividade ao Startups por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado.

Alphabet e Tesla, por sua vez, ganharam valor de mercado. A dona do Google fechou o mês de abril valendo US$ 138 milhões a mais que no mês anterior, enquanto a fabricante de carros elétricos ficou US$ 24,6 milhões mais valiosa.

Pedro Marcatto, operador de mesa da B.Side Investimentos, afirma que, apesar da desvalorização acumulada no mês para cinco das sete gigantes de tecnologia, as Sete Magníficas continuam sendo empresas sólidas, que apesar do tamanho, possuem taxas de crescimento aceleradas. “São blue chips que crescem a ritmo de small caps, o que as torna muito atrativas”, avalia.

Tesla

As ações da Tesla fecharam o mês de abril em alta de 4,6%, negociadas a US$ 183,28. Apesar do desempenho positivo, investidores têm observado com cautela enquanto a companhia de Elon Musk se afasta cada vez dos tão esperados planos de desenvolver carros elétricos mais acessíveis, para focar nos Robotaxis, os carros autônomos que serão revelados em agosto, segundo o bilionário anunciou na rede social X.

“A Tesla vem perdendo marketshare para a BYD e tem enfrentado um problema de não conseguir suprir a demanda de mercado em função da escassez de matéria prima que precisa para produzir as baterias dos carros em larga escala. A companhia não parece ter muita margem de segurança”, aponta Pedro.

A fabricante de carros elétricos surpreendeu negativamente ao registrar lucro líquido de US$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre de 2024, uma queda de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mercado esperava um lucro líquido de US$ 1,7 bilhão. O lucro por ação ajustado também desapontou, ficando em US$ 0,45, uma queda de 42% em comparação com o ano anterior, e abaixo dos US$ 0,49 esperados pelo mercado.

O Financial Times caracterizou os resultados da Tesla como os piores em sete anos. A companhia também registrou queda nas entregas e produção de carros elétricos de janeiro a março deste ano. A fabricante entregou 386.810 carros no primeiro trimestre de 2024, contra 422.875 no mesmo período do ano passado. E produziu 433.371 veículos no 1T24, ante 440.808 no 1T23.

Nvidia

O balanço de resultados da Nvidia será divulgado no dia 22 de maio. As ações da companhia negociadas na bolsa Nasdaq encerraram o mês em queda de 4,38%, a US$ 864,02.

Nesta terça-feira (30), o banco UBS elevou seu preço-alvo das ações da companhia para US$ 1.200, contra US$ 1.150 anteriormente. O aumento foi justificado em razão da “demanda contínua pelos produtos Blackwell e Hopper da Nvidia, mesmo com preocupações sobre os prazos de entrega”.

Microsoft

As ações da Microsoft na Nasdaq encerraram abril em queda de 8,30%, a US$ 389,33, e tiveram a maior desvalorização entre as Sete Magníficas, apesar do balanço visto como positivo.

A companhia registrou lucro líquido acima do esperado no primeiro trimestre, de US$ 21 bilhões, uma alta de 20% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro por ação foi de US$ 2,94, acima do consenso de US$ 2,84 de analistas consultados pela FactSet.

A receita da empresa também surpreendeu positivamente, encerrando o trimestre com US$ 61,9 bilhões, uma alta de 17% na comparação anual, e acima das projeções do mercado de US$ 60,86 bilhões.

Meta

A Meta fechou o mês com queda de 12,45% nas ações negociadas na Nasdaq, a US$ 430,17.

No balanço trimestral, a dona do Facebook, Instagram e WhatsApp apresentou uma alta de 27% na receita, que fechou o 1T24 em US$ 36,455 bilhões. Também registrou aumento de 91% no lucro operacional, que foi de US$ 13,818 bilhões no período, e alta de 117% no lucro líquido, que foi de US$ 12,369 bilhões.

No entanto, a companhia revisou para cima as projeções de custos e investimentos para os próximos meses, o que desagradou ao mercado. A Meta previa investimentos entre US$ 30 bilhões e US$ 37 bilhões nos próximos trimestres, e aumentou essa faixa para US$ 35 bilhões a US$ 40 bilhões, para fazer frente às despesas relativas ao desenvolvimento da infraestrutura de inteligência artificial.

“A Meta teve um resultado levemente acima das expectativas, mas mesmo assim as ações caíram, porque o mercado não gostou da projeção para os próximos trimestres. A companhia tem uma geração de caixa muito forte em função da principal atividade, que são as redes sociais. Mas a empresa tem entrado mais em produtos agora, com os óculos de realidade virtual, o que consome muito caixa. O mercado fica muito atento a esses movimentos”, explica Pedro Marcatto, operador de mesa da B.Side Investimentos.

Apple

As ações da Apple na Nasdaq encerraram abril praticamente estáveis, com leve alta de 0,18%, negociadas a US$ 170,33. Os resultados trimestrais da companhia serão apresentados no dia 2 de maio.

Alphabet

Destaque positivo entre as Sete Magníficas, a Alphabet, dona do Google, fechou o mês em alta de 6%, a US$ 163. A companhia registrou lucro de US$ 1,89 por ação e receita de US$ 80,5 bilhões, superando as expectativas do mercado de lucro por ação de US$ 1,51 e receita de US$ 78,7 bilhões.

No comunicado enviado aos acionistas, o CEO Sundar Pichai informou que os resultados refletem o forte desempenho da ferramenta de pesquisa do Google, além do YouTube e Cloud. “Estamos bem encaminhados em nossa era Gemini e há um grande momentum em toda a empresa. Nossa liderança em pesquisa e infraestrutura de IA e nossa presença global de produtos nos posicionam bem para a próxima onda de inovação em IA”, disse.