SoftBank Vision Fund encolhe para focar em AI e semicondutores

A categoria de fundos de venture capital do SoftBank, Vision Fund, está encolhendo para dar lugar ao novo foco do fundador Masayoshi Son em inteligência artificial e semicondutores. Segundo informações da Bloomberg, o fundo tem discretamente vendido participações e dado baixa em investimentos nos últimos anos. Desde 2019, sua carteira encolheu quase US$ 29 bilhões. A redução também está relacionada à perda de valor de mercado de algumas das empresas investidas, como Coupang, DoorDash, e Grab.

Os números não incluem a venda, em agosto do ano passado, da participação de 25% do Vision Fund na companhia de chips Arm para o SoftBank, em um acordo que avaliou a companhia, na época, em cerca de US$ 64 bilhões. A empresa realizou IPO em Nasdaq em setembro, avaliada em US$ 54,5 bilhões. Hoje, tem cerca de US$ 112 bilhões em valor de mercado.

As ações da Arm são negociadas a 64,68 vezes as estimativas de lucros futuros de 12 meses, significativamente acima da mediana da indústria de 19,95, conforme dados do LSEG. De acordo com a Bloomberg, a participação de 90% do SoftBank na empresa vale hoje mais do que todo o SoftBank.

Segundo a reportagem, o encolhimento do Vision Fund pode ser visto como “um sinal do afastamento do fundador Masayoshi Son dos negócios de capital de risco que antes eram uma obsessão e em direção a investimentos estratégicos em semicondutores e inteligência artificial”. A princípio, Son estaria considerando um investimento de US$ 100 bilhões em um empreendimento de chips, que rivalizaria com a Nvidia e forneceria semicondutores para o desenvolvimento de IA.

O Vision Fund teria reduzido sua equipe, com os funcionários dedicados a encontrar os melhores momentos para vender ativos e/ou reverter perdas, ainda segundo a publicação. Depois encerrar o primeiro semestre de 2023 no vermelho, o Vision Fund registrou um ganho de US$ 3,6 bilhões durante o último trimestre de 2023. Tanto o Vision Fund 1 quanto o 2 venderam investimentos no valor de US$ 19,5 bilhões no período, incluindo saídas totais de 13 empresas do portfólio.