A corrida já está em andamento. Enquanto nos Estados Unidos nomes como Waymo e, mais recentemente, a Tesla, estão acelerando para emplacar seus sistemas de direção autônoma para carros, o mercado industrial chinês também está se movimentando para dar a sua resposta. Um destes movimentos vem da startup DeepRoute.ai, que acabou de levantar US$ 100 milhões para escalar sua tecnologia para carros sem motorista.
A DeepRoute, sediada em Shenzhen, recebeu o polpudo cheque de uma montadora conterrânea, cujo nome não foi divulgado. Entretanto, segundo reporta a Reuters, o plano com o investimento é o de aprimorar a tecnologia para que ela seja implementada de forma massiva nos veículos fabricados por lá, antes que a Tesla leve a sua tecnologia para lá.
A startup espera que quase 200 mil carros sejam equipados com seu sistema avançado de direção assistida nas estradas chinesas até o final de 2025, disse o CEO Maxwell Zhou à Reuters, um aumento considerável em relação aos cerca de 20 mil cujo lançamento estão previstos no curto prazo.
O primeiro modelo com o sistema 100% autônomo da DeepRoute, que ainda não foi divulgado publicamente, foi fabricado em agosto. Segundo destacou o CEO da startup, a tecnologia chegará em breve a mais dois modelos, incluindo um de propriedade compartilhada da montadora chinesa Geely e da Mercedes-Benz, ainda este ano.
Entretanto, para 2025 a meta é ampliar o número de modelos utilizando a tecnologia de full-self-driving (FSD) em estradas chinesas para mais de 10, a partir de novas parcerias com montadoras que a startup está firmando.
Com o crescimento de sua frota, a DeepRoute pretende se capitalizar por meio de uma taxa de licenciamento de tecnologia por carro, e também coletando dados essenciais para que sua tecnologia de inteligência artificial evolua mais rapidamente para lidar com situações de tráfego mais complicadas, conforme explica Maxwell.
Com o crescimento da DeepRoute, quem fica feliz são os investidores – um dos principais deles é a gigante do comércio eletrônico Alibaba, que fez parte de uma rodada de US$ 300 milhões que a companhia levantou em 2021 – outra que entrou nessa rodada foi a Geely, que já está experimentando os sistemas da deeptech em seus carros.
A corrida de alguns fabricantes locais para ter um sistema próprio de direção autônoma tem a ver com uma recente decisão do governo chinês, que derrubou algumas restrições impostas à Tesla para o mercado de lá, abrindo caminho para que a empresa de Elon Musk implemente seus softwares de self-driving em produtos das montadoras chinesas.
A Tesla disse em setembro que planeja lançar o FSD na China e na Europa no primeiro trimestre de 2025, entrando em uma briga que na Ásia já está ficando bastante disputada. Outros nomes que estão desenvolvendo sistemas de direção autônoma são a WeRide, bancada pela Nissan, e a Pony.ai, investida da Toyota.