
O ano começou promissor para Elon Musk, lado ao lado do recém-eleito presidente Donald Trump. Porém, no lado da Tesla, 2025 não tem sido um ano bom, com resultados trimestrais ruins – incluindo o do mais recente quartil. Entretanto, não há nada ruim que não possa piorar, e Elon Musk sabe disso.
Durante a teleconferência em que divulgou os resultados do segundo trimestre de 2025, no qual a montadora registrou a pior queda de vendas em mais de uma década, além de lucros abaixo das expectativas, Elon advertiu aos acionistas que a companhia pode enfrentar dificuldades no curto prazo.
“Sim, provavelmente poderemos ter alguns trimestres difíceis”, disse Elon. “Não estou dizendo que teremos, mas poderemos”, referindo-se ao quarto trimestre deste ano até o primeiro semestre do ano que vem.
A companhia anotou no Q225 uma receita de US$ 22,5 bilhões em vendas, uma queda de 12% em relação ao mesmo período no ano passado. É o maior percentual de queda nos últimos 10 anos. Até o bilionário sentiu isso na carne: segundo a Bloomberg, Elon Musk perdeu US$ 59,1 bilhões de sua fortuna em um dia.
Para Elon, as razões para isso tem um nome: seu ex-aliado e agora desafeto Donald Trump. Para o líder da Tesla, a companhia pode enfrentar alguns trimestres turbulentos após os cortes do governo dos EUA nos incentivos a veículos elétricos. Para o bilionário, a retomada virá apenas no fim do próximo ano, com a chegada de receitas robustas provenientes de softwares e serviços de direção autônoma.
Outro baque nos números, segundo o CEO, tem a ver com os cortes que o governo ianque fará até o fim do ano, especialmente ao acabar com a isenção de impostos para veículos elétricos, o que segundo Elon, poderá tirar mais de US$ 1 bilhão em lucros do bottom line da companhia.
Inclusive, a Tesla não atualizou sua projeção de entregas para o ano, citando incertezas econômicas e a indefinição sobre o cronograma de lançamento sobre seu novo modelo de carro, uma opção mais econômica para concorrer com marcas asiáticas como a BYD, que cresceu no mercado norte-americano com modelos elétricos mais acessíveis.
O diretor financeiro da montadora, Vaibhav Taneja, afirmou que a produção deve ganhar ritmo no próximo trimestre, ainda que em um ritmo mais lento do que o previsto. As primeiras unidades já começaram a sair da linha de montagem no fim de junho. Segundo reporta a Reuters, as ações da empresa chegaram a cair quase 5% após a videoconferência.
Para Elon Musk, porém, nem tudo está perdido. Apesar do tom menos animado, o bilionário aposta suas fichas no futuro – especialmente nos robotaxis. “Assim que tivermos veículos autônomos em larga escala na segunda metade do ano que vem — certamente até o final do ano que vem, o negócio da Tesla será muito atraente”, disse Elon.