Apesar de Elon Musk não parecer tão preocupado com as seguidas quedas que a X (antigo Twitter) tem sofrido no mercado, elas continuam a acontecer. A Fidelity, renomado fundo norte-americano que comprou uma participação na companhia em 2022, fez um novo markdown no valor de mercado da rede social, reduzindo o valor da companhia em 71,5%.
A Fidelity gastou US$ 19,2 milhões para adquirir uma participação na X em outubro de 2022, quando Elon Musk pagou os famosos US$ 44 bilhões pelo negócio. Entretanto, a gestora fez um corte na avaliação de 65% em outubro de 2023, e agora, na sua última divulgação, fez um corte adicional na avaliação de X.
Segundo analistas, o corte agressivo no valuation tem a ver com as crescentes dificuldades da X em aumentar sua receita via publicidade, dada as polêmicas protagonizadas pelo seu excêntrico dono. Durante 2023, muitos anunciantes de grande porte, como Apple, Comcast/NBCUniversal, Disney, Warner Bros. Discovery, IBM, Paramount e a Comissão Europeia, retiraram-se da plataforma depois de Musk chamar uma teoria da conspiração anti-semita de “verdade real”.
Para completar, Elon Musk não se ajuda: em novembro, durante uma conferência da Dealbook, o bilionário mandou os anunciantes de “f**erem” por boicotar a plataforma, dizendo que eles serão culpados caso o X seja fechado por falta de receita. Segundo um levantamento do New York Times em dezembro, os boicotes até então já custaram mais de US$ 75 milhões para a companhia. Em resposta, a X respondeu dizendo que o prejuízo não passou de US$ 12 milhões.
“O que este boicote publicitário vai fazer é matar a empresa”, disse Elon Musk. “E o mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa, e documentaremos isso detalhadamente”, afirmou o empresário durante o evento.
Apesar das polêmicas, a companhia tomou medidas nos últimos tempos para reagir. Com uma nova CEO, a ex-NBC Universal Linda Yaccarino, a companhia está tentando recuperar grandes contas, e também mira pequenos e médios negócios para gastar dinheiro em anúncios em sua plataforma.
“As pequenas e médias empresas são um motor muito significativo que definitivamente subestimamos há muito tempo. “Sempre fez parte do plano – agora iremos ainda mais longe com isso”, disse X ao Financial Times em dezembro.