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Com pouco mais um ano de operação, a Forum Hub já fez o suficiente para chamar a atenção de investidores anjo de peso. Com nomes vindos de marcas conhecidas do mercado, a legaltech acabou de firmar a sua primeira rodada, colocando R$ 1,2 milhão no caixa.

A rodada foi levantada junto a um grupo de 15 anjos, incluindo nomes como o VP de negócios do PicPay, Daniel Mandil; Iris Freund, diretora de estratégia da InDrive; o ex-Kavak Felipe Wanderley e outros executivos de empresas como Uber e Loggi.

Em entrevista ao Startups, a cofundadora e CEO da legaltech, Patrícia Carvalho (foto), destacou que o aporte será destinado, em sua maioria (60%), para tecnologia e produto, focando na contratação de desenvolvedores, criação de features adicionais, e na formação de um time de customer success, passos que serão fundamentais para impulsionar a marca no mercado.

“Nosso objetivo é finalizar a validação de nossa plataforma, ter um produto robusto e assim focar mais em construção de marca. Nosso objetivo é ser a referência em serviços jurídicos digitais”, afirma Patrícia, profissional de marketing que foi CMO de startups como CargoX, Revelo e Bitso, e fundou a Forum Hub ao lado do advogado e mestre em direito Alisson Santos.

Em seu curto tempo de atuação, entretanto, a Forum Hub já chegou a acumular números de respeito, com cerca de 20 mil atendimentos e R$ 3 milhões em valores nos processos encaminhados dentro da plataforma. A empresa prevê quadruplicar a receita de 2022 até o fim do ano, atingindo R$ 500 mil de faturamento.

Além disso, a legaltech espera triplicar a sua base de advogados parceiros, que hoje é de aproximadamente 100 profissionais – e 60% formada por mulheres. “Inclusive, são elas que tem a maior taxa de sucesso nos processos”, dispara a CEO.

Acompanhando o processo

Segundo Patrícia, o diferencial da Fórum Hub está na experiência, colocando a jornada completa dos processos dentro da plataforma, que conta com cerca de 100 advogados cadastrados. “Não somos um marketplace, que apenas faz a conexão do usuário com o advogado e cobra um percentual sobre isso”, afirma.

A empresa desenvolveu uma tecnologia que analista as solicitações, e a partir disso faz o matchmaking com o profissional mais adequado, inclusive utilizando tecnologia de jurimetria para definir planos de ação.

“A plataforma observa 80% do trabalho, então o advogado cuida de coisas mais processuais, como o peticionamento e responder pelo cliente. A parte de aconselhamento fica bastante dentro da plataforma, com automação e supervisão do nosso time jurídico”, explica a CEO, apontando também que este acompanhamento ajuda a resolver um dos problemas mais recorrentes dos consumidores: a demora na hora de dar retorno sobre os processos.

Atualmente, a startup atende clientes de forma 100% digital, atendendo em sua maioria processos de direito do consumidor, direito de familia e direito trabalhista, que são em sua grande maioria conduzidos sem a necessidade de presença física no tribunal.

Na visão da CEO, o leque de opções entregue pela Forum Hub é um diferencial em relação a outras legaltechs que buscam democratizar o acesso a serviços jurídicos, como é o caso da carioca Unicainstância.

“A Unicainstância faz um grande trabalho, mas o principal foco deles está no direito do consumidor. Nós temos um grande foco também no direito de família, o segundo mais solicitado no país”, revela. “No Brasil, em média um divórcio em escritório custa 9 mil. Na nossa empresa ele custa em média 1,5 mil, e pode ser parcelado no cartão. Isso só é possível com tecnologia e volume”, completa.

Mais automação

Para o futuro, o plano da Fórum Hub é focar ainda mais em automação para seus processos, e o investimento em tecnologia será fundamental para isso. Atualmente, 5 das 15 pessoas que fazem parte do time são de TI, mas este número deve ser ampliado em breve.

“O setor jurídico ainda está muito carente de disrupção, tanto do lado do usuário quanto do advogado”, avalia Patrícia, que já tem no histórico trabalhos inovadores no país. Ela fez parte do time que implementou o Uber no mercado brasileiro – ou seja, ela não é nenhuma estranha em desbravar terrenos analógicos para entregar algo novo.

Para trazer inovação ao setor jurídico, a inteligência artificial será um foco da Fórum Hub. Estão nos planos da legaltech aperfeiçoar capacidades de chatbot, integrações com sistemas dos tribunais e até mesmo a criação de ferramentas para advogados dentro da plataforma, como a criação de petições via AI.

“Conectar com o advogado não é o fim de nossa solução, e sim o meio para resolver o problema do consumidor, para que ele saia do outro lado com uma indenização”, finaliza.

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