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Dependência perigosa: lembre 6 "apagões tech" dos últimos anos

De Sony a WhatsApp e AWS, ninguém está a salvo de ataques ou erros operacionais - e a conta a pagar está cada vez mais alta

Apagão
Apagão. Foto Canva

O apagão causado pela atualização de software da CrowdStrike, que resultou em interrupções massivas em serviços da Microsoft ao redor do mundo, já está sendo considerada por muitos o maior caso de falha cibernética global na história.

Segundo analistas, é o mais novo – e preocupante – capítulo em uma história que só aumenta nos últimos anos: de como a queda ou instabilidade em serviços online podem fazer o mundo entrar em parafuso.

De ataques hacker ao caso mais recente da Crowdstrike, onde uma atualização problemática pode criar situações desastrosas, os riscos para as empresas e usuários se tornaram ainda maiores, e os prejuízos, também. Segundo dados globais da Uptime Intelligence, mais de dois terços das quedas de serviços online resultam em prejuízos de mais de US$ 100 mil para as empresas afetadas. No caso da queda nos sistemas da Microsoft, a perdas nem começaram a ser contabilizadas.

Entretanto, esse não é o primeiro nem será o último caso de apagões tecnológicos que passamos. Apenas nos últimos 15 anos, temos vários episódios que ficaram notórios por “parar o mundo”, seja por poucas horas ou até mesmo por dias. Aqui vai uma lista para você lembrar de alguns deles.

Sony PlayStation Network (2011)

Em 2011, a PSN sofreu um ataque hacker massivo que resultou na interrupção dos serviços por 23 dias. Mais de 77 milhões de contas foram comprometidas, com informações pessoais como nomes, endereços e até dados de cartão de crédito sendo potencialmente expostos. A queda teve um impacto significativo não apenas nos jogadores, que ficaram impossibilitados de jogar online, mas também na confiança do público em relação à segurança dos serviços online da Sony.

Facebook, Instagram e WhatsApp (2021)

Em outubro de 2021, o Facebook enfrentou uma queda global que afetou não apenas sua plataforma principal, mas também o Instagram e o WhatsApp, ficando mais de seis horas fora do ar. A interrupção foi atribuída a uma alteração incorreta na configuração dos roteadores backbone que coordenam as redes da empresa.

Embora os serviços tenham sido restaurados depois que a empresa pediu desculpas aos usuários em 4 de outubro, os três apps foram novamente desativados em 9 de outubro. Segundo analistas, as horas fora do ar custaram caríssimo para a empresa de Mark Zuckerberg – cerca de US$ 8 bilhões e uma queda de 5% no valor da companhia.

Twitter (2019)

Em julho de 2019, o Twitter sofreu uma interrupção que afetou seus serviços durante várias horas. O impacto foi sentido principalmente por jornalistas, celebridades e influenciadores que utilizam a plataforma para compartilhar notícias e interagir com seu público. A queda também gerou um aumento significativo no uso de outras redes sociais como alternativa temporária.

Amazon Web Services (2017)

Causada por um erro de digitação (isso mesmo) em uma linha de código, a AWS teve uma falha significativa em fevereiro de 2017, afetando várias regiões e serviços hospedados na plataforma. Empresas como Netflix, Spotify, Airbnb e muitas outras tiveram seus serviços interrompidos, resultando em impactos na reputação e perdas financeiras. Segundo reportou o Wall Street Journal na época, a queda gerou prejuízos de aproximadamente US$ 150 milhões para os clientes da companhia.

Google (2020)

Em dezembro de 2020, o Google enfrentou uma falha de pouco mais de duas horas que afetou uma ampla gama de serviços, incluindo o Gmail, Google Drive, YouTube e outros. Milhões de usuários ao redor do mundo não conseguiram acessar seus e-mails, documentos, vídeos e informações armazenadas na nuvem. Especialistas estimaram o prejuízo do Google em cerca de US$ 45 milhões – agora faça as contas aí de quanto a empresa perdeu por hora.

Orkut (2008)

Essa última aqui é para os brasileiros. Em 2008, o Orkut era a rede social líder aqui no país, mas o serviço sofreu uma queda que impactou os cerca de 30 milhões de usuários que tinha na época. A interrupção foi um fator que acelerou a migração de usuários para outras plataformas, como o MySpace e o recém-chegado Facebook, marcando o declínio gradual do Orkut.