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A Fluency Academy, escola de idiomas que combina creator economy com educação digital, acaba de anunciar a compra da Awari, plataforma para o desenvolvimento de carreira para profissionais do mercado de tecnologia. A aquisição, de valor não revelado, visa aumentar a geração de valor de ambas as empresas em todo o Brasil, apoiando a diversificação do portfólio e as estratégias de crescimento e distribuição em todo o país.

“Não era tão óbvio que iríamos vender a empresa”, afirma Fabio Muniz, fundador e CEO da Awari, em conversa com o Startups. “Estávamos em um momento bom, crescendo e com investidores apoiando, mas foi uma oferta boa e que fez muito sentido para a nossa geração de valor”, revela. 

O executivo conta que um dos principais desafios da Awari, assim como de várias outras startups do ramo de educação, é conseguir distribuir o seu produto sem depender de mídia paga. “A Fluency tem canais de distribuição muito fortes por conta de seu modelo de influenciadores, e a Awari possui uma forte carteira de produtos. Quando juntamos essas duas pontas, há um grande potencial de geração de valor, alcançando horizontes mais amplos e um impacto ainda maior no mercado”, explica.

Lançada em 2018, a plataforma da Awari reúne aulas ao vivo e mentorias individuais com especialistas de grandes empresas como Nubank, Bradesco, Google, Magalu, Itaú, Ambev e AWS. A companhia oferece formações em áreas como UX/UI Design, dados, programação, produtos, entre outras, voltadas diretamente para o consumidor final, e conta também com um braço de educação corporativa para impulsionar as equipes nas empresas.

A proposta atraiu investidores como Shashank Mathur, da Harvard Management Company, além de Brian Requarth (Latitud e Viva Real), Mike Mahlkow (Blair) e Ben Hamner (Kaggle). Juntos, eles aportaram R$ 3,5 milhões na Awari no início de 2022. A startup também é investida da aceleradora norte-americana Y Combinator, Olima Ventures, Weekend Fund (Ryan Hoover) e dos fundadores do Guiabolso, Thiago Alvarez e Benjamin Gleason.

Já a Fluency Academy é investida da General Atlantic, que em 2021 injetou R$ 275 milhões no negócio, avaliado em cerca de R$ 1,4 bilhão. Criada em 2017 com a missão de democratizar o aprendizado de idiomas, a startup alcançou a marca de mais de 350 mil alunos fluentes com uma grade com oito idiomas (inglês, espanhol, alemão, italiano, francês, japonês, coreano e mandarim).

Finn Puklowsk (Fluency), Fabio Muniz (Awari) e Rhavi Carneiro (Fluency)
Finn Puklowsk (Fluency), Fabio Muniz (Awari) e Rhavi Carneiro (Fluency)
(Foto: Divulgação)

Daqui para frente

A movimentação da Fluency já estava sendo antecipada pelo mercado nos últimos meses. Em novembro de 2023, o cofundador da startup, Rhavi Carneiro, revelou os planos de em breve fazer o primeiro M&A para expandir o portfólio da companhia. Com os planos agora colocados em prática, a empresa projeta encerrar 2024 com uma receita na faixa dos R$ 200 milhões.

“Para a Fluency, a compra da Awari permite maximizar a receita e a geração de valor, podendo vender não apenas o curso de idiomas, mas também os cursos profissionalizantes em tecnologia”, destaca Fabio. Neste primeiro momento, a Awari segue operando exclusivamente no Brasil, mas já com planos de expansão para a América Latina em breve.

Segundo o CEO da Awari, toda a equipe da edtech será integrada à Fluency nos próximos meses. Fabio assumirá um cargo C-Level na empresa compradora e será responsável por cuidar da frente da Awari e outras iniciativas da organização. Ele também ganha uma cadeira no Conselho da Fluency, como board advisor.

Atualmente, a Awari conta com 15 mil alunos pagantes e mais de 100 mil alunos totais, com a previsão de dobrar essas bases até o fim de 2024. “Temos uma projeção de crescimento agressivo, para aumentar o número de alunos ativos na Awari e trazer para a nossa base uma parcela significativa dos clientes da Fluency”, afirma o executivo.

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