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Para a BrandLovrs, 2023 foi um grande piloto que deu certo. A martech que criou uma plataforma para conectar marcas a influencers, fundada no começo do ano passado por dois sócios da Adventures, apostou no desenvolvimento de sua tecnologia e no crescimento orgânico – e segundo eles, se saiu muito bem nesta missão. Entretanto, para 2024 o plano é outro: a empresa começou a se movimentar para atacar o mercado e acelerar seu crescimento – e uma nova rodada para acelerar este plano deve ser fechada em breve.

“Tem coisa boa vindo, ainda não está 100% fechado”, afirmou Rapha Avellar, CEO e cofundador da companhia, em evento no Instituto Caldeira, em Porto Alegre. Perguntado pelo Startups sobre a quantas anda a nova rodada, ele apenas afirmou que o anúncio deve sair em breve, assim que o negócio passar pelo due dilligence dos investidores envolvidos. Contudo, segundo ele, a rodada é de grande porte, com o envolvimento de “um dos maiores fundos do mundo”.

Quando anunciada, essa será a terceira rodada da BrandLovrs em menos de dois anos de operação. Idealizada por Rapha Avellar e Ricardo Dias como um spin-off da Adventures, a martech saiu do papel com US$ 1 milhão saído do bolso de investidores conhecidos, tais como Luciano Huck, Marc Lemann, Adam Bain (ex-Twitter), Mario Mello (partner na Valor Capital), entre outros.

Em abril do ano passado, com menos de seis meses no mercado e ainda com sua tecnologia em fase da validação com os clientes, a segunda rodada já veio com a Canary, que entrou em um aporte de US$ 2 milhões (R$ 10 milhões) ao lado de outros nomes famosos como os popstars will.i.am (dos Black Eyed Peas) e J.Balvin, e gestoras como Ventures City e Endeavor.

“Quando a gente pegou os 2 milhões de dólares da Canary em abril de 2023, o plano de negócio por trás disso, curiosamente, não era crescer a empresa. Não era alocar capital para crescimento, investimento em marketing, esse tipo de coisa. Era para, de fato, transformar o que a gente tinha construído de dezembro do ano anterior até abril, que era um grande MVP, de fato, no nosso produto final”, destacou Rapha, em entrevista exclusiva ao Startups.

Esse grande MVP, conforme o CEO da BrandLovrs denominou, foi o suficiente para a empresa ganhar tração. Em um ano de operação, a companhia já expandiu sua base de influenciadores para cerca de 100 mil produtores de conteúdo. “Tiveram alguns influencers âncora que puxaram o boca-a-boca. Começou aí de um grande para um não tão grande, para um médio, para um nano. Hoje, a maior fatia é de influencers com menos de 200 mil seguidores, que é o nosso grande foco nesse momento”, explica.

A plataforma da BrandLovrs, que faz de forma direta a conexão das marcas com estes influenciadores, assim como a gestão das campanhas e das verbas junto aos creators, também caiu bem com as marcas, especialmente as que já têm times de marketing internamente. Com isso, a empresa fechou 2023 com 300 marcas em sua carteira.

“Hoje, a BrandLovrs tem marcas que trabalham com 18 mil criadores de conteúdo todos os meses. É um pouco do que a tecnologia foi feita para entregar”, pontua o CEO. “Por exemplo, a Magalu é um dos nossos grandes clientes que reconheceu o poder da tecnologia nesse meio. A Magalu tem um time de 8 pessoas que só cuida de influenciadores. Ela já internalizou”, completa.

Apesar de não abrir dados de faturamento, Rapha ressaltou que a empresa tem crescido de maneira consistente, e tem cada vez mais reduzido a diferença entre o que gera de caixa e o que precisa investir em tecnologia. “Estamos numa trajetória muito positiva nesse sentido”, pontua.

Atacando o mercado

Na primeira semana de janeiro, a BrandLovrs já fez seu primeiro anúncio rumo a cobrir as bases para iniciar um go-to-market mais agressivo em 2024. Rafael Arty, executivo conhecido no meio publicitário e que estava antes na Squid, martech também voltada ao segmento de influencers e parte da Locaweb, chegou como novo diretor comercial, liderando a criação de um time de prospecção de clientes.

“Minha visão é de que muitos parceiros não trabalham com alto volume de creators por falta de conhecimento sobre o modelo, além de tecnologia que ajude a escalar as parcerias. Nosso objetivo com a área comercial é difundir nossa metodologia e mostrar como a nossa plataforma consegue transformar tudo aquilo que parecia muito complexo em algo intuitivo e fácil de mensurar”, afirmou Rafael Arty em anúncio ao mercado.

Segundo Rapha, o investimento na área comercial tem como foco ampliar a presença no Brasil – um mercado com mais de 20 milhões de criadores de conteúdo – mas já com uma visão de longo prazo mirando outros países da América Latina. “O Brasil é um mercado muito grande, tem muita gente para a gente ajudar aqui e acho que, se empresas como o Nubank deram o mapa de como uma startup brasileira escala para a América Latina inteira, é com muita paciência”, pondera, sem dar detalhes sobre metas de crescimento.

O olhar da BrandLovrs para o mercado internacional não é a toa. Lá fora, marcas como Grin, que oferecem soluções semelhantes, já têm status de unicórnio, praticando preços acima do que a BrandLovrs cobra – a martech brasileira cobra uma assinatura mensal por porte de empresa, com valores de R$ 800 a R$ 5 mil. Ela também cobra take rates sobre a receita das vendas em uma campanha e sobre o valor pago aos influencers.

Quando perguntado sobre a competição por aqui, Rapha enche o peito para dizer que a BrandLovrs atua em uma seara em que outros players que conectam empresas a influencers não ocupam – a parte de performance e de gestão de pagamentos para influencers. Contudo, é um mercado em que vários players nacionais estão de olho – vide nomes como Squid e Creators LLC ganhando mais visibilidade.

“Por várias vezes o nosso competidor não é alguém que tem alguma coisa similar a você, e sim a forma que as pessoas já fazem alguma coisa. Mudar o status quo, mudar a forma como se faz alguma coisa que vem sendo feita assim há dez anos, isso é um competidor por si só”, finaliza o executivo.

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