Martech

Na onda do ChatGPT, Copybase mira rodada e quer triplicar em 2023

Martech chegou a mil clientes pagantes no início do ano, aumentando sua receita em 500%

Copybase
Copybase. Crédito: Canva

Para a martech Copybase, o frisson criado em torno da OpenAI e de seu ChatGPT desde o fim de 2022 foi um empurrão e tanto. Criada em 2021 e desenvolvida durante o ano seguinte, a ferramenta da startup brasileira experimentou um crescimento acelerado na virada do ano passado para este.

Na onda da inteligência artificial generativa, a empresa atingiu a marca de mil clientes pagantes no início de 2023, com um crescimento de receita de 500% de junho/2022 a janeiro/2023. Até o fim do ano, a martech planeja triplicar o faturamento mensal que tem atualmente, inclusive mirando uma nova rodada de captação para acelerar sua presença no mercado.

Ok, mas como a ferramenta da Copybase funciona? Em uma explicação simples, ela se conecta via API com a mesma inteligência que a OpenAI utiliza no ChatGPT, ajudando agências e profissionais de marketing a produzir textos de forma rápida.

Entretanto, segundo explica o cofundador e CEO da martech, Sérgio Fernandes, entregar textos de acordo com a demanda do cliente é apenas o ponto de partida. “A partir dos padrões de utilização da plataforma, criamos modelos pré-treinados para ajudar os profissionais a resolver suas necessidades de forma mais rápida”, pontua o executivo.

Segundo o CEO, a tecnologia da Copybase coloca uma camada extra de inteligência entre a interface do usuário e a inteligência da OpenAI, identificando padrões de uso para criar frameworks e modelos de trabalho a fim de tornar as entregas mais ágeis. “Todo o conteúdo produzido, assim como as revisões feitas por humanos, volta para a ferramenta para ela analisar e aprender”, afirma.

Atualmente, a plataforma já conta com mais de 35 milhões de palavras geradas, e tudo isso foi jogado de volta para dentro do sistema como parte do seu aprendizado contínuo.

Subindo o ticket

Hoje a Copybase conta com cerca de 1,2 mil clientes, um número composto em sua maioria por agências de médio e pequeno porte. “São em muitos casos agências digitais que atuam em redes sociais ou mídia, e nem contam com um redator dedicado”, avalia Sérgio.

Para este ano, o plano da martech é o de ampliar esta base, mas também abocanhar sua fatia no segmento enterprise. Para isso, a companhia acabou de lançar uma versão business de sua plataforma, com novos recursos de gestão de demandas para abrigar o maior volume exigido por estes potenciais clientes.

“Estamos em conversas com os primeiros clientes de porte maior. Com o nosso plano de triplicar a receita até o final do ano, esperamos que estes grandes contratos tragam o aumento de ticket para chegar nesse resultado”, afirma o CEO. “Além disso, estes contratos maiores nos ajudarão a diminuir o churn que temos no atual modelo de aquisição que temos”, completa.

Sérgio Fernandes, cofundador e CEO da Copybase (Foto: Divulgação)

Atualmente, todos os clientes da Copybase chegam de forma digital, pelo site da companhia. Contudo, com a mira apontada para contratos maiores, a empresa pretende investir em breve em um time de vendas externas, e isso significa colocar o caixa para trabalhar.

De olho em rodada

Por falar no caixa da Copybase, Sérgio afirma que a empresa vai bem, ainda com boa parte do aporte (de valor não aberto) que a companhia levantou no ano passado com um investidor-anjo. Entretanto, agora que a IA virou de fato uma tendência no marketing, a empresa não quer dormir no ponto, e está se mexendo para captar sua rodada seed.

Sérgio revela que a empresa já está fechada com alguns investidores estratégicos (incluindo o investidor-anjo do ano passado), e sentou à mesa com alguns fundos interessados em participar da rodada, mas o valor do cheque ainda não está fechado. “Estamos pensando algo em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 4 milhões”, dispara.

Na visão do CEO, a pressa para se capitalizar de novo tem a ver com uma necessidade competitiva. Segundo ele, não vai demorar para que outras martechs entrem na competição, e quem estiver com mais recursos para acelerar terá vantagem. “Em termos tecnológicos, ainda não tem ninguém avançado como a gente no país, mas precisamos estar preparados para o que vem aí”, pontua.

O comentário do executivo faz sentido, ainda mais olhando para o mercado externo. Enquanto muitos comentam a briga do Google e Microsoft no ringue da inteligência artificial, o segmento de martechs nos EUA também está quente, com nomes como Copysmith, Copy.ai e Jasper disputando espaço. Aliás, a Jasper chamou a atenção no ano passado ao se tornar unicórnio, levantando US$ 125 milhões em meio a um cenário onde pouquíssimos unicórnios estavam nascendo.

Apesar dos números astronômicos lá fora, Sérgio prefere manter seus pés bem fincados no chão aqui no Brasil, focando no mercado de marketing que ele conhece e no qual trabalhou por diversos anos. No máximo, ele sonha com oportunidades em países vizinhos, mas isso é assunto para um ou dois anos na frente, segundo ele.

“A realidade do marketing na América Latina é bastante particular, e existem oportunidades para explorar mais na frente com a nossa solução. Mas é um passo de cada vez”, finaliza.