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2023 começou de forma nada animadora para o cenário do venture capital nacional. Um levantamento do Distrito mostra que no primeiro trimestre houve uma queda de 86% nos aportes em startups brasileiras, quando comparado ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a mais recente edição do Venture Capital Report, os três primeiros meses de 2023 totalizaram 91 rodadas, movimentando cerca de US$ 247,02 milhões. No mesmo trimestre de 2022, o setor contabilizou 306 rodadas e US$ 1,7 bilhões em investimentos.

Conforme aponta o levantamento, as fintechs representaram quase metade deste montante, captando US$ 112 milhões em 28 rodadas. Na sequência, vem a vertical de supply chain, que levantou US$ 51,1 milhões, impulsionada pela rodada de US$ 50 milhões da Daki em fevereiro. Fechando o Top 3 estão as energytechs, que levantaram US$ 48,6 milhões.

Em um cenário de escassez em termos de captações de venture capital, o estudo mostra que as capitalizações por meio de dívida cresceram. Nos três primeiros meses de 2023, as transações de dívida já tinham registrado aumento de 14% em número de transações na comparação com o período equivalente de 2022 (8 no 1T23 contra 7 no 1T22). Em relação ao último trimestre de 2022, o percentual também cresceu: foram 8 no 1T23 contra 5 no 4T22, uma alta de 60%.

Fusões e aquisições

Quanto aos M&As, os três primeiros meses de 2023 somaram, ao todo, 32 operações. Entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023 houve uma diminuição de 55% no volume de fusões e aquisições, mas o histórico da pesquisa destaca que o 1T2022 registrou o maior número de operações do tipo, 72 ao todo, desde que o levantamento começou a ser feito – um número bem acima da média dos outros trimestres.

Neste trimestre, as startups tiveram maior representatividade no número de aquisições feitas, com 17 transações, o que compreende 53,1% do total de M&As. Os M&A’s de empresas tradicionais e de corporações contabilizaram 34,4% e os investidores institucionais completaram o perfil de compradores com 12,5%.

Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, apesar do cenário de crise acentuada, o levantamento indica que o mercado tem buscado novos meios de captação. “Os dados agora mostram mais founders incrementando seus caixas com operações de dívida e com estruturação de M&A. Essa tendência já aparecia no fim de 2022 e continuou em expansão neste trimestre. São números que acabam mostrando a resiliência das startups em um momento de instabilidade de mercado que muitas delas não haviam vivenciado”, diz.

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