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A Epic Digitais, empresa brasileira especializada em produtos digitais para criadores de conteúdo e empresa, tem um plano para o metaverso, e ele envolve levar as empresas para dentro do seu ambiente virtual – o EpicVerso. Para isso, a empresa acabou de levantar uma rodada de R$ 1,2 milhão com a BR Angels.

Com o investimento, o plano da companhia é levar o seu ecossistema para uma gama maior de companhias, indo além das campanhas e ativações comerciais em eventos que a empresa já vinha fazendo dentro da plataforma. Também faz parte da expectativa da companhia emplacar a sua plataforma no mercado norte-americano.

Conforme explica a Epic (não confundir com a gigante norte-americana Epic Games, criadora do hit Fortnite), o objetivo do seu metaverso é reunir gamificação, convivência social, escritório virtual, lifelong learning, eventos e networking.

“Com o Epicverso, estamos levando o engajamento criativo para dentro das casas dos profissionais em trabalho remoto, resolvendo o grande problema que a pandemia nos trouxe, que é a perda da convivência social corporativa”, explica Luiz Guilherme Guedes, fundador da startup, em nota.

No seu primeiro ano no ar, o EpicVerso corporativo realizou ações com cerca de 100 marcas, entre elas nomes como Bosch, Heineken e Warner. Um dos marcos da iniciativa foi um evento de criptomoedas realizado para a CoinMarketCap, empresa da Binance, que reuniu mais de 50 mil pessoas. Considerando todas suas frentes, a startup já cresceu acima de 100% desde a fundação.

Inicialmente, a Epic atuava exclusivamente com marketing de conteúdo, atendendo creators e influencers conhecidos como Ei Nerd e Gaveta. Com isso, a a startup chamou a atenção de mais de 200 grandes e médias marcas, para as quais já mediou o engajamento e a conversão em campanhas online. Dentre os clientes atendidos nesta frente estão empresas como Amazon Prime, Brahma, Chilli Beans, Netflix, Sony, Unimed.

Escritórios no metaverso

Para anunciar o aporte da BR Angels, a Epic resolveu usar a sua criação para conduzir uma coletiva com a imprensa, em uma reunião misturando uma chamada online tradicional e uma interface interativa remetendo a um jogo de videogame retrô, com arte pixelada. Segundo a empresa, a estética mais “old school” tem sua razão de ser: ele se torna menos pesado para rodar no navegador e em dispositivos móveis.

Entretanto, a interatividade está lá, permitindo circular por um ambiente modelado como uma cidade, como também visitar uma versão virtual do escritório da Epic dentro do metaverso. Segundo o Coordenador de projetos e comunidade da startup, Felipe Sant’Anna, a meta é que as empresas queiram criar “sedes” dentro do universo virtual, levando a seus colaboradores um novo nível de engajamento.

Uma coletiva de imprensa no EpicVerso
Uma coletiva de imprensa no EpicVerso (Crédito: divulgação)

“A plataforma ajuda os profissionais a se sentirem inseridos dentro da organização, em um ambiente ativo, em que podem se comunicar, fazer reuniões e se relacionar de forma semelhante a um ambiente de trabalho”, explica. Perguntado se o ambiente corporativo dentro do EpicVerso poderia substituir ferramentas como o Slack, Felipe foi assertivo: “O Slack é basicamente um mensageiro, e nós podemos fazer isso e mais”, dispara.

Para a Epic, a plataforma tem um grande potencial de engajar a força de trabalho mais jovem, que já entra no mercado de trabalho esperando modelos diferentes de ambiente de trabalho e familiares com conceitos como a gamificação.

De acordo com uma pesquisas recentes, os millennials já são a maioria da população brasileira e 50% da força de trabalho. Até 2030, essa geração nascida entre 1985 e 1999 deve representar 70% do número de assalariados do país. No entanto, a nova economia trouxe um desengajamento dela com o modelo tradicional de trabalho.

“Hoje a maioria das empresas é incapaz de motivar os colaboradores nesse regime de atuação, o que gera a redução da produtividade em trabalho em equipe, desassociação à cultura corporativa e, consequentemente, perda de talentos qualificados, que é um grande problema atual. Ao mesmo tempo, essa é a geração que nasceu com os videogames, a internet e o multimídia. É aí que entra a nossa plataforma, que usa tecnologias e metodologias que impactam emocionalmente a nova geração para conectá-la ao trabalho”, conta o CEO.

Potencial para crescer

Para o fundador e CEO da BR Angels, Orlando Cintra, a escolha por investir na Epic Digitais faz parte de um direcionamento recente do grupo de investidores-anjo, que colocou o metaverso como um ponto de atenção. “Recebemos muitas startups apostando nesta tendência, mas são poucas as que tem o perfil para se tornarem negócios sustentáveis no longo prazo”, afirma Orlando.

Segundo o executivo, a capacidade de escala e rentabilização do EpicVerso é grande, e o apoio da BR Angels e sua rede de investidores chega para ajudar nisso. Na visão do investidor, as possibilidades da Epic monetizar seu metaverso estão no B2B, B2C e no B2B2C.

“Enxergamos uma gama ampla de mercados aderentes, como mídia e varejo, que podem extrair valor, mas uma das nossas principais apostas é no segmento de educação, que pode se beneficiar do engajamento trazido por este ambiente”, avalia Orlando.

Para o coordenador da Epic, agora que o investimento está na conta, o plano é escalar a plataforma para novos níveis de engajamento e possibilidades criativas, trazendo mais usuários e empresas para imaginarem sua presença em um ambiente de quase infinitas possibilidades.

“Nosso trabalho é atrair empresas e público para criar um ambiente vibrante, que tanto empresas e pessoas físicas participem dele constantemente”, completa Felipe.

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