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Os investimentos feitos em startups por pessoas físicas com seu próprio capital, ou investimento anjo, pode apresentar um recuo de 4% em 2023. O recuo se seguirá a uma retração de 2% registrada em 2022, quando R$ 984 milhões foram direcionados às companhias iniciantes, segundo dados da pesquisa anual sobre o mercado feita pela Anjos do Brasil.

“Não é um número que deixa feliz, mas é o que temos para trabalhar e tentar melhorar”, disse ao Startups, Cassio Spina, fundador e diretor-presidente da rede de investidores anjo.

Para ele, apesar de apontarem para baixo, os números de 2022 e 2023 podem ser considerados um cenário de estabilidade frente aos recuos bem mais acentuados em outras áreas do mercado de venture capital – É de você mesmo que a gente está falando, investidor de growth!.

Explicando os números

De acordo com Cassio, o contexto global de juros e inflação em alta, a guerra na Ucrânia e a disputa eleitoral contribuíram para o resultado negativo de 2022. O resultado só não foi pior porque o número de investidores anjo aumentou cerca de 2% no ano passado, chegando a quase 8 mil pessoas. Com mais gente investido, a queda no tamanho nos cheques foi amenizada.

Para 2023, como o cenário econômico global continua conturbado – e tendo em vista que a coleta de dados aconteceu entre abril e maio – as perspectivas não mudaram, o que deixa as projeções pessimistas.


Mas por mais que os números do momento não sejam lá os melhores, Cassio reforça que há potencial e interesse. “Tem tido interesse em investir. Só não muito além do que já vinha sendo feito”, pontua. O argumento é reforçado pela presença de cerca de 250 ao longo do dia de hoje no congresso anual da Anjos realizado no Cubo, em São Paulo.

Além disso, Cassio acrescenta que a base de investidores anjo é muito pequena, e que tem muito potencial para crescer. O total de aportes feitos por investidores anjo brasileiros é apenas 0,7% do total dos EUA, que em 2022 chegou a US$ 29 bilhões – um recuo de 23,7% na comparação com 2021, por sinal.

Como contraponto, no entanto, ele diz que a experiência internacional mostra que o crescimento só acontece de forma acelerada se houverem políticas públicas de estímulo, o que não acontece no Brasil.

Perguntado se já há algum movimento de conversas com o novo governo, Cassio disse que sim, mas que isso ainda caminha de forma lenta por conta do momento político. A expectativa é que, caso as discussões sobre a reforma tributária avancem como esperado, o tema possa ser colocado em pauta.

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