Negócios

Janeiro bomba em aportes para startups, mas fintechs tropeçam

Segundo estudo da Sling Hub, crescimento no Brasil foi de 321% em relação a dezembro passado, e de 40% ano sobre ano

funny thumbs up
funny thumbs up. Crédito: Canva

Se você é daqueles que está otimista para 2024 quanto aos aportes para startups, os números de janeiro chegaram para te animar. Segundo levantamento mensal da Sling Hub, 2024 começou com crescimento no volume de dinheiro injetado no Brasil e na América Latina.

De acordo com o report, foram 52 rodadas registradas no mês passado, totalizando US$ 438 milhões no contexto LatAm e US$ 305 milhões somente em investimentos para startups brasileiras. Fazendo o recorte apenas para o Brasil, o crescimento foi de 321% em relação a dezembro do ano passado, e de 40% ano sobre ano. Para a América Latina, o aumento foi de 35% em comparação ao mês anterior, mas uma queda de 8% no YoY.

O CEO da Sling Hub, João Ventura, destaca que o número de rodadas diminuiu, mas o ganho veio no tamanho dos cheques, que estão voltando a ter valores um pouco mais elevados. “Se por um lado o número de rodadas caiu na comparação ano a ano, tanto no mercado latino- americano quanto no Brasil (37% e 32%, respectivamente), a movimentação de valores se saiu um pouco melhor”, pontuou o executivo, em comunicado.

O Brasil representou 70% do volume de investimentos na América Latina e 58% do número de rodadas, acompanhado da Argentina e do Chile entre os países que se destacaram.

Os destaques do mês, segundo o estudo, são as telecoms e healthtechs, que ofuscaram um pouco o brilho das fintechs. Das startups de telecom, o destaque foi a Elea Digital, que captou US$ 117 milhões em venture debt. Na parte das healthtechs, a recifense Amigo Tech ficou no top 3 de rodadas de janeiro, depois de captar US$ 33 milhões com a Riverwood.

Setor famoso por sempre puxar o bonde do venture capital na América Latina, em janeiro as fintechs tropeçaram. Segundo o levantamento, elas viram o volume cair de US$ 272M em janeiro de 2023 para US$ 124M em 2024, uma queda de 48%. Entretanto, como a segunda maior rodada do mês – a maior se falarmos exclusivamente de equity, está a Conta Simples, que fechou uma série B de US$ 41 milhões (R$ 200 milhões) com a Base10, e cujo CEO, Rodrigo Tognini, contou a história no nosso podcast MVP.

Por falar em desaceleração, o estudo apontou que na parte de M&As, janeiro não esquentou da mesma forma que as rodadas de equity. Dos 11 deals do mês, 7 foram exclusivamente entre startups. Uma das exceções foi a compra da startup Reshape pela Hotmart, que está focada no uso de IA generativa na creator economy.

“Fazendo uma retrospectiva dos meses anteriores, fica claro que o desafio de elevar os números segue firme. Por aqui, continuamos acompanhando de perto as movimentações do mercado na expectativa de um ano positivo – e na torcida de que 2024 seja mais afortunado para as startups”, finaliza João Ventura.