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100 Open Startups foca em capacitação e cria plataforma de crowdfunding

Segundo Bruno Rondani, fundador e presidente da 100 Open Startups, o objetivo da companhia é ajudar pessoas e empresas a interagirem com o ecossistema

Foto: Canva
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A plataforma brasileira de inovação aberta 100 Open Startups, especializada em conectar empresas e startups em todo o mundo, está com novas iniciativas para apoiar o ecossistema no país. A companhia lançou o Movimento Cultura Aberta para Inovação, que irá criar programas e ações para a evolução do open innovation, e pretende lançar sua própria plataforma de crowdfunding até o fim do ano.

O mercado passou por uma virada de chave importante nos últimos anos, diz Bruno Rondani, fundador e presidente da 100 Open Startups. Os executivos e profissionais em geral começaram a entender que inovação vem do ecossistema e a querer acessá-lo justamente por isso. “Não adianta tentar resolver todos os problemas; temos que encontrar pessoas que olhem para diferentes vieses e grandes problemáticas do mundo. É assim que você encontra novas soluções e se mantém competitivo em inovação”, diz Bruno.

No entanto, alguns entraves ainda precisam ser superados. “As organizações têm a consciência e a preocupação de que devem inovar. É algo que está na agenda, mas ainda não é uma cultura brasileira”, pontua o executivo. Bruno explica que ter áreas de inovação em uma empresa não é suficiente: é preciso chamar e envolver as pessoas nesse jogo. “O desafio atual da inovação aberta no Brasil é fazer com que os interessados a interagir com o ecossistema realmente participem dele, contribuam com o processo de inovação na empresa onde trabalham e também se beneficiem dos resultados.

É com isso em mente que a 100 Open Startups lançou o Movimento Cultura Aberta para Inovação – que, segundo Bruno, tem o potencial de mudar o patamar da inovação aberta no mercado brasileiro. A primeira iniciativa foi o programa 100-10-1 Startups, uma experiência de capacitação em rede para qualificar  profissionais e executivos de empresas que querem contribuir ativamente com o ecossistema.

Fortalecendo a rede

A proposta do programa é que profissionais das grandes empresas entendam na prática o ecossistema e suas necessidades. A plataforma tem um sistema de matchmaking que sugere algumas startups de acordo com o perfil do usuário. Este deve classificar 100 empresas que despertem seu interesse pelo potencial de negócios.

Depois, o profissional escolhe pelo menos 10 das startups classificadas para conversar com seus representantes em uma reunião de speed-dating. Ele escutará a proposta de valor e os desafios da companhia diretamente do fundador e poderá fazer perguntas e dar feedbacks que julgar relevantes para o negócio. O fundador da startup avalia as contribuições como “muito relevante”, “relevante” ou “indiferente” e responde se gostaria de ter o usuário como mentor. O profissional recebe 1 ponto para cada avaliação positiva.

Ele avança para a próxima etapa quando atingir 10 pontos e ao menos uma empresa estiver interessada em tê-lo como mentor. Confirmando que irá mentorar a empresa, o profissional precisa fazer 5 reuniões de pelo menos 1 hora com a startup para contribuir e acompanhar seu desenvolvimento. O processo é finalizado quando o usuário é reconhecido por ter feito ao menos 10 contribuições relevantes com a mesma startup.

“Nosso posicionamento agora é capacitar as pessoas a agir em ecossistema e dar o poder para elas se conectarem com startups. É criar valor junto de maneira colaborativa e no ambiente em que cada um está inserido”, pontua Bruno. Segundo o presidente da 100 Open Startups, o objetivo é que todas as pessoas que contribuam para o sucesso de startups e do ecossistema de inovação participem ativamente dessa captura de valor. Isso inclui empreendedores e executivos, mas também consultores, hubs, canais de mídia, entre outros.

Lançada há 3 meses, a plataforma conta com 1.300 usuários que, juntos, fizeram 7 mil contribuições para startups – sendo 2 mil delas consideradas “muito relevantes”. Inicialmente, o programa 100-10-1 Startups está aberto apenas para funcionários e profissionais de corporações e 20 grandes marcas já aderiram à iniciativa. A expectativa é abrir a plataforma para o B2C no fim do ano, junto com o anúncio do Ranking 100 Open Startups 2022.

As startups que queiram receber contribuições devem se inscrever diretamente pela plataforma. Para os profissionais, o acesso aos 12 meses do programa custa R$ 986 à vista. Além de se conectar diretamente com as startups, os profissionais recebem vídeos de apoio e notícias sobre inovação, além de acesso antecipado a estudos da 100 Open Startups e a um grupo online exclusivo para troca de experiências.

Bruno Rondani, CEO e fundador da 100 Open Startups. Foto: Divulgação

Investimento colaborativo

Aliada à capacitação dos atores do ecossistema, a 100 Open Startups tem previsto para esse semestre o lançamento da sua plataforma de crowdfunding. A plataforma é voltada para qualquer pessoa que tenha interesse em um interagir com o ecossistema de forma colaborativa.

“O problema das plataformas de crowdfunding atualmente é que, além da pessoa assumir um risco com baixa liquidez, ela não consegue contribuir com a startup, porque é um micro investidor”, diz Bruno. “O fato de alguém não ter muito dinheiro para alocar faz com que essa pessoa não tenha voz na  contribuição do processo de evolução das empresas.” Segundo o executivo, a plataforma de crowdfunding da 100 Open Startups visa romper com essa lógica.

A proposta é que os investidores – independente do tamanho da participação acionária – possam participar do negócio e contribuir com o crescimento da startup. Bruno diz que o valor dos investimentos será “o menor possível para caber no Pix das pessoas”. “Algumas pessoas usam o argumento de que ter muitos acionistas deixa o negócio muito caro por um problema de governança. Mas nós vamos tentar sim reduzir o valor investimentos para promover o aprendizado, a colaboração e a evolução do ecossistema.”

Ele ressalta que o investimento de crowdfunding da 100 Open Startups está ligado à educação do mercado. “Os investidores estarão mais conectados com o que acontece de transformação na sociedade. É um investimento que você faz na sua formação, para o seu benefício profissional, mas que também pode rentabilizar como investimento financeiro”, pontua.

No entanto, ele explica que o mercado ainda precisa evoluir. Segundo Bruno, os fundos terão papel fundamental para eventualmente comprar os papéis de pessoas com menor poder aquisitivo que queiram vender suas ações com maior frequência, seja para recuperar o dinheiro ou para reinvestir em outras empresas e ganhar novos conhecimentos.