Um levantamento do Transactional Track Record (TTR), aponta que o mercado brasileiro de tecnologia teve um 1º trimestre movimentado em 2022 (mais um). Segundo dados da plataforma, o período fechou com 169 fusões e aquisições, um volume transacional de aproximadamente R$ 5,5 bilhões.
O número de operações teve um leve crescimento (2,4%) em relação ao mesmo período em 2021, que registrou 165 negócios. Contudo, assim como no ano passado, nada de braçada em relação aos volumes contabilizados em 2020 (91), 2019 (96) e 2018 (97).
O relatório levou em consideração as fusões e aquisições fechadas e anunciadas, sem contabilizar que cerca de 50% das transações não tiveram valores divulgados. Até o momento, 153 transações já foram concluídas, enquanto as outras 16 estão em andamento.
Altas movimentações no Cross-Border
Quanto às participações adquiridas em tecnologia, 35% das transações foram aquisições majoritárias, 11% aquisições minoritárias e 4% foram fusões. Deste volume, 112 transações foram realizadas em âmbito doméstico, representando um montante de R$ 672,49 milhões.
Agora no Cross-Border, o papo é diferente. 33% de todas as transações registradas ocorreram no além-fronteira. Surpreendendo um total de zero pessoas, os Estados Unidos lideram o time de investidores, com 31 transações, e a Argentina e o Reino Unido, com seis operações cada. Já no outro sentido, as empresas brasileiras escolheram os Estados Unidos e a Colômbia como principais destinos de investimento, com três transações cada.
R$ 3,4 bi em rodadas de Venture Capital
Pelas contas do TTR, nos três primeiros meses de 2022, o Brasil teve 22 rodadas de investimento em Venture Capital, movimentando um capital de R$ 3,4 bilhões. Isso representa 61% do volume total registrado em transações.
Desse bolo aí, 86% ocorreram no estágio de early stage e 13% no estágio de late stage. Quanto ao tipo das captações, 45% foram em Series A, 13% em Series B e 9% em Series C.
Período de grandes cheques
Já falamos disso no início de março em um texto aqui no Startups. Além do grande número de transações, os valores altos tem a ver com recentes – e polpudos – cheques colocados em empresas nacionais. Só em fevereiro, por exemplo, o espanhol BBVA colocou US$ 300 milhões na Neon, e a Sólides levou US$ 100 milhões em rodada series B promovida pela gestora de private equity Warburg Pincus.
De acordo com um levantamento da Slinghub, a América Latina (e obviamente incluído aí o Brasil) vem num ritmo incansável de crescimento em investimentos, somando até fevereiro passado doze meses consecutivos com mais de US$ 1 bilhão investidos a cada mês em negócios da região. Nada mal.