Negócios

8 startups "sem futuro" que viraram negócios bilionários

Conheça a história de oito empresas que ninguém levou a sério, mas que desafiaram as expectativas e hoje lideram mercados bilionários

Leitura: 18 Minutos
Startups
Placa indicando o caminho de uma startup rumo ao exit (Foto: Canva)

Algumas das maiores inovações da história começaram como piada. Ou pior: como ideias “sem pé nem cabeça”. Quando o Airbnb surgiu, muita gente riu da proposta de dormir no colchão de um estranho. No início da Apple, o primeiro produto chegou a ser rejeitado por gigantes como a HP. Já o Nubank foi desacreditado por lançar um banco 100% digital em um país até então dominado por grandes players tradicionais e suas agências bancárias.

A verdade é que o empreendedorismo está repleto de ideias recebidas com ceticismo, risadas e até desprezo. Durante anos, empresas hoje consolidadas foram desacreditadas por investidores, especialistas e até pelos próprios usuários. A maioria parecia maluca, inviável ou fadada ao fracasso. Mas foi justamente esse desvio do óbvio que abriu espaço para novas categorias de mercado e transformações profundas em setores inteiros.

O que torna uma ideia realmente boa?

Muita gente ainda acredita que tudo se resume a ter “a grande ideia”, mas plataformas que hoje dominam nosso cotidiano enfrentaram ondas massivas de descrédito em seus primeiros anos de vida. A resistência costuma vir de todos os lados: concorrentes estabelecidos que subestimam novatos, investidores presos a modelos tradicionais e consumidores desconfiados diante de mudanças de comportamento. Mas o que os céticos não costumam ver é o potencial disruptivo de modelos que quebram as convenções estabelecidas.

O que faz uma ideia ser boa? A Y Combinator, responsável pelos primeiros aportes em empresas como Airbnb, Dropbox e Stripe, tem uma resposta interessante. Paul Graham, um dos fundadores da aceleradora, define o trabalho como “black swan farming”, ou criação de cisnes negros. Segundo ele, investir em startups é desafiador por dois motivos: quase todo o retorno vem de pouquíssimos vencedores e as melhores ideias quase sempre parecem ruins no começo. Dave McClure, investidor-anjo e fundador da 500 Startups, vai além e diz que sua missão é cuidar dos “patinhos feios”.

A seguir, reunimos ideias que pareciam fadadas ao fracasso – e que responderam com bilhões em valuation, impacto global e novos padrões de comportamento. A lição por trás das histórias é clara: inovação genuína, muitas vezes, parece absurda no começo. As ideias mais esquisitas podem ser justamente aquelas com maior poder de transformação. É claro que a execução faz toda a diferença, mas tudo começa com a coragem de apostar onde ninguém mais tem disposição de pisar.

1. Airbnb

Antes de se tornar uma das maiores plataformas de aluguel de curta duração do mundo, o Airbnb começou de forma bastante modesta: com alguns colchões infláveis no chão de um apartamento em São Francisco.

Em 2008, enfrentando dificuldades financeiras, Brian Chesky e seus cofundadores decidiram bancar a ideia por conta própria, mas com um toque inusitado. Sem atrair investidores, o trio apostou em uma ação criativa: criou caixas de cereais temáticas para os candidatos à presidência dos EUA, feitas manualmente, com cola quente e papelão. A edição limitada vendeu centenas de unidades e rendeu dezenas de milhares de dólares, o suficiente para manter o projeto vivo por mais algum tempo.

“Achamos que funcionaria apenas por um fim de semana, só para pagar as contas até surgir a grande ideia”, relembrou Chesky em entrevista à The Atlantic, em 2013. A recepção realmente não foi das mais animadoras. “Contei a um designer de Los Angeles, que eu admirava muito. E ele disse algo que nunca esqueci: ‘Brian, espero que isso não seja a única coisa em que você está trabalhando’”, relatou o fundador. 

“Nos encontramos com vários investidores e ninguém quis investir. Então começamos a financiar sozinhos. (…) Tudo o que precisávamos acreditar era: se eu gosto disso, tenho que apostar que sou normal o suficiente para que outras pessoas também gostem”, disse.

O ponto de virada veio em 2009, quando o Airbnb foi aceito na Y Combinator. A operação em Nova York logo ganhou tração, e a ideia passou a se espalhar. Visitantes que usavam o serviço na cidade voltavam para suas regiões de origem e levavam o conceito junto, ajudando a expandir a plataforma para novos mercados. Em 2013, o Airbnb já era avaliado em US$ 2,5 bilhões, hospedando entre 50 mil e 60 mil pessoas por noite. Hoje, são mais de 5 milhões de anfitriões, que já receberam mais de 2 bilhões de hóspedes em todo o mundo.

Nos últimos anos, o Airbnb tem passado por um processo de reavaliação do modelo de negócios. Em 2023, o CEO chegou a afirmar que a plataforma estava “quebrada”, refletindo o aumento das críticas tanto por parte dos hóspedes quanto dos anfitriões, dois públicos com expectativas cada vez mais difíceis de conciliar. De um lado, os usuários esperam pagar menos e receber um serviço de qualidade superior. Do outro, os donos de imóveis estão preocupados com as possíveis quedas nas reservas e os impactos diretos em sua renda.

Reconhecendo os desafios, Chesky declarou que era hora de “colocar a casa em ordem”. “Precisamos ter certeza de que as listagens são ótimas, que oferecemos um ótimo atendimento ao cliente e que somos acessíveis. E eu disse à nossa equipe que podemos voltar a criar coisas novas e interessantes assim que estabelecermos essa base”, disse à Bloomberg.

2. Snapchat

Foi durante uma aula de design de produto em Stanford que Evan Spiegel apresentou o embrião do Snapchat: um aplicativo que permitia o envio de fotos com tempo de vida curto – elas desapareciam segundos após serem visualizadas. A proposta ia na contramão das redes sociais da época, em que imagens eram permanentes e podiam ser revistas à vontade.

Além da natureza efêmera, o app também alertava os usuários caso alguém tentasse capturar a tela, inibindo registros não autorizados. A lógica dele era simples: quanto mais passageira a interação, mais autêntica e espontânea ela poderia ser.

A recepção inicial, no entanto, foi desanimadora. “Todos disseram que era uma ideia péssima”, relembrou Spiegel em entrevista à Forbes em 2012. “Disseram que ninguém usaria e, se usassem, seria só para sexting.” Um investidor que assistia à apresentação ainda sugeriu que o projeto só teria futuro se as imagens fossem permanentes e houvesse uma parceria com a Best Buy, multinacional de eletrônicos dos Estados Unidos.

Ignorando os conselhos, Spiegel e seus cofundadores seguiram em frente. Em 2015, o app já contava com cerca de 150 milhões de usuários ativos por dia. Um ano depois, a pesquisa global Connected Life, da Kantar TNS, indicava que 57% dos brasileiros entrevistados já usavam o Snapchat. Na América Latina, a base de usuários triplicou entre 2014 e 2016, alcançando 38% dos entrevistados da região.

Com a popularidade em alta, gigantes do setor tentaram adquirir o aplicativo. Em 2013, o Facebook (hoje Meta) teria oferecido US$ 3 bilhões pela plataforma (depois Mark Zuckerberg disse que a proposta era de US$ 6 bilhões). Em 2016, foi a vez do Google, com uma proposta de US$ 30 bilhões. Nenhuma das ofertas foi aceita. Anos depois, Mark Zuckerberg chegou a comentar o episódio: “Acho que, se tivéssemos comprado, poderíamos ter acelerado o crescimento deles, mas isso é só especulação”, alfinetou.

A maré começou a virar em meados de 2016, quando o Instagram lançou os Stories e o Snapchat acabou ofuscado pela concorrência. No ano seguinte, as ações do Snap despencaram abaixo dos US$ 17 do IPO, após o Morgan Stanley, um dos bancos que assessorou a abertura de capital, rebaixar as ações por temores em relação à concorrência com o Instagram.

3. Epic Games (Fortnite)

A ideia de transformar um jogo gratuito em um império bilionário parecia improvável, até o surgimento do Fortnite. Lançado pela Epic Games, o título se tornou um dos battle royales mais populares do mundo, conquistando milhões de jogadores com sua proposta dinâmica: em um ambiente virtual, os participantes coletam recursos, constroem estruturas e enfrentam batalhas com outros jogadores.

No início, o modelo de negócios adotado pela Epic levantou dúvidas. Fortnite é gratuito para jogar, mas gera receita por meio de microtransações – uma estratégia considerada frágil por muitos. Os jogadores não pagam para entrar no jogo, mas podem adquirir itens cosméticos, como skins, emotes e acessórios que personalizam seus personagens. Embora esses elementos não influenciem o desempenho nas partidas, tornaram-se altamente desejados por quem busca se destacar e expressar estilo próprio no universo do jogo. O modelo mostrou-se extremamente lucrativo, sem afetar a jogabilidade.

O jogo foi originalmente apresentado em 2011, como um título cooperativo de defesa de torres. A proposta original envolvia buscar materiais e erguer fortificações para sobreviver a ataques de monstros. Com o tempo, a equipe identificou uma oportunidade de incorporar elementos do gênero battle royale, dando origem ao Fortnite como conhecemos hoje.

Mais do que um jogo, Fortnite se transformou em um fenômeno cultural. Reuniu uma comunidade global que não apenas joga, mas também participa de eventos interativos, como shows e festas virtuais, dentro da própria plataforma. Grandes nomes da música, como Eminem, Travis Scott, Metallica e Marshmello, já se apresentaram no ambiente digital do jogo, reforçando seu apelo além do público gamer. A combinação entre experiência social e entretenimento digital foi essencial para consolidar o sucesso do modelo adotado pela Epic.

Outro diferencial crucial foi a acessibilidade. Disponível em múltiplas plataformas – PCs, consoles e dispositivos móveis – o Fortnite permitiu que jogadores se conectassem de praticamente qualquer lugar, o que ampliou exponencialmente seu alcance e engajamento.

4. Nubank

Falar em um banco totalmente digital parecia impensável em um cenário dominado por gigantes como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa. Ainda mais em um país como o Brasil, com baixa inclusão financeira e uma forte desconfiança em relação à segurança das operações online.

Mesmo assim, em 2013, nascia o Nubank. Fundado por David Vélez, Edward Wible e Cristina Junqueira, o objetivo era claro: usar a tecnologia para tornar os serviços financeiros mais simples, acessíveis e menos burocráticos.

“Empreender é muito difícil e a probabilidade de sucesso é muito baixa. Então, é melhor fazer alguma coisa que tenha potencial de ser gigantesco e que seja muito difícil, do que fazer algo que seja relativamente fácil”, disse Vélez em entrevista recente ao Startups. “A gente escolheu fazer a ideia mais maluca e mais difícil que a gente podia imaginar, que era construir um banco do zero no Brasil, porque fazer isso era igualmente difícil em investimento de tempo e de foco do que fazer uma coisa menor.”

Hoje, o “roxinho” se consolidou como uma das maiores plataformas digitais de serviços financeiros do mundo. A fintech soma mais de 120 milhões de clientes na América Latina, sendo mais de 100 milhões apenas no Brasil. De promessa ousada, passou a rivalizar com os grandes bancos e, em alguns momentos, chegou até a superá-los em alcance.

A estreia na Bolsa de Nova York aconteceu em dezembro de 2021, com as ações precificadas a US$ 9. Poucos dias depois, os papéis chegaram à máxima de US$ 11,85, levando o Nubank a uma avaliação de US$ 41,5 bilhões, o suficiente para torná-lo o banco mais valioso da América Latina. Desde então, ele e o Itaú vem disputando o título.

Em janeiro de 2025, o Nubank atingiu outro marco histórico: ultrapassou o Itaú em número de clientes e se tornou o terceiro maior banco do Brasil nesse critério.

5. Apple

A história da Apple começa em 1º de abril de 1976, quando Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne fundaram a Apple Computer Inc, na Califórnia. O primeiro produto desenvolvido foi o Apple I, criado por Wozniak – que, na época, trabalhava na HP. Ele chegou a apresentar o protótipo à empresa e, segundo o Atlanta Business Chronicle, teria implorado para que a HP apostasse na ideia. Foi rejeitado cinco vezes.

O Apple I chegou ao mercado em julho daquele ano, com preço de US$ 666,66. Mas a virada veio mesmo com o lançamento do Apple II, em 1977. Com visual mais amigável e maior apelo de mercado, o computador garantiu o fôlego financeiro da empresa por anos. Foi assim que a Apple conseguiu investir no desenvolvimento do Macintosh, um produto que viria a se tornar a base da linha de computadores da empresa.

A Apple abriu seu capital em 1980, mas nos anos 1990 enfrentava uma crise profunda. A companhia estava perdida, lançando produtos esquisitos que não despertavam interesse do mercado. As vendas caíam, o caixa minguava e o fim parecia inevitável. Em 1997, Steve Jobs, que havia se afastado da empresa anos antes, voltou ao comando. Sua primeira missão foi drástica: cortar projetos irrelevantes, enxugar os custos e reestruturar completamente o portfólio de produtos.

Foi a partir dos anos 2000 que a Apple deu seus maiores saltos. Em 2007, lançou o iPhone, considerado um marco na indústria ao definir o padrão dos smartphones. No mesmo ano, estreou também o iOS, seu novo sistema operacional. Já em 2008, veio a App Store, que abriu o ecossistema da Apple para desenvolvedores de terceiros. O iPad foi lançado em 2010 e, no ano seguinte, a empresa apresentou o serviço de armazenamento em nuvem iCloud. Em 2018, a Apple foi avaliada em US$ 1 trilhão.

6. Canva

O Canva foi criado na Austrália, a milhares de quilômetros do poderoso Vale do Silício. Conseguir uma reunião com investidores e levantar capital era uma missão difícil, e Melanie Perkins, a fundadora, chegou a ouvir mais de 100 “nãos”.

Ela criou o primeiro esboço do Canva em 2007, com a proposta de tornar o design acessível a todos. Ao lado do namorado (hoje marido), Cliff Obrecht, o negócio começou de forma modesta, com um negócio de anuários escolares online, chamado então de Fusion Books.

A virada aconteceu em 2011, quando um investidor do Vale do Silício chamado Bill Tai foi a Perth para julgar uma competição de startups e praticar kitesurfe. Melanie e Cliff conseguiram se infiltrar em um jantar que Tai oferecia e abordaram os participantes com um pitch inusitado sobre o “Canvas Chef” – uma analogia entre pizza e elementos de design. “Não era a analogia mais elegante”, lembra Rick Baker, um investidor presente naquela noite.

Eles saíram sem investimento, mas com um convite para participar dos encontros de kitesurfe organizados por Tai, que reuniam executivos e investidores de tecnologia. Em uma dessas viagens, após uma sugestão de um conhecido de Peter Thiel, que recomendou que a startup tivesse apenas um único líder, Melanie assumiu oficialmente o cargo de CEO.

Mesmo assim, a jornada pelo Vale do Silício continuava frustrante. Muitos investidores rejeitavam a ideia. “Sinceramente e, infelizmente, não estou confortável em fazer um acordo na Austrália”, escreveu um. “Não tenho certeza de que faz sentido”, disse outro.

Mas as conexões no mar acabaram rendendo frutos. Foi por meio desse círculo que Melanie e Obrecht conheceram Cameron Adams, ex-designer do Google e fundador de uma startup em Sydney. Ele entrou inicialmente como consultor e, em junho de 2012, tornou-se o terceiro cofundador do Canva. Com um líder técnico no time, o trio finalmente conseguiu levantar US$ 3 milhões em duas rodadas de investimento entre 2012 e 2013, incluindo uma bolsa do governo australiano.

A plataforma foi oficialmente lançada em 2013 e, desde então, construiu uma base global com mais de 220 milhões de usuários ativos mensais, espalhados por 190 países. O Canva tornou-se um unicórnio em 2018, ao levantar US$ 40 milhões em uma rodada liderada por Sequoia China, Blackbird Ventures e Felicis Ventures. Apenas três anos depois, em 2021, a startup atingiu um valuation de US$ 40 bilhões após captar mais US$ 200 milhões.

Hoje, o Canva é uma empresa lucrativa, com receita anualizada de aproximadamente US$ 2,5 bilhões. A plataforma já ultrapassou a marca de 30 bilhões de designs criados e conta com mais de 22 milhões de usuários pagantes.

7. Dollar Shave Club

A Dollar Shave Club abriu caminho para marcas como Hims, Manual e Omens. Lançada na Califórnia, a startup surgiu da insatisfação de Mark Levine e Michael Dubin com os altos preços das lâminas de barbear. Com investimento próprio e apoio da incubadora Science Inc., os fundadores colocaram o negócio no ar em 2011, poucos meses após começarem a desenvolvê-lo.

A proposta era simples, mas ousada: um serviço de assinatura de lâminas de barbear, em uma época em que o mercado de cuidados pessoais masculinos ainda era ignorado por grande parte da indústria, visto como um território predominantemente feminino. Os produtos eram adquiridos de distribuidores no atacado, driblando o varejo físico tradicional e vendidos online a preços mais acessíveis, eliminando intermediários.

Para atrair os primeiros clientes, a empresa apostou em uma estratégia de marketing afiada: um vídeo estrelado pelo próprio Dubin, que caminhava por um armazém enquanto explicava a proposta do negócio com bom humor e objetividade. O conteúdo viralizou rapidamente e ajudou a impulsionar a marca no mercado.

O impacto foi imediato. A DSC levantou um aporte pré-seed de US$ 1 milhão com nomes de peso como Kleiner Perkins, Andreessen Horowitz e Shasta Ventures. Apenas sete meses depois, em outubro de 2012, o mesmo grupo, além da Venrock, liderou uma rodada Série A de US$ 10 milhões. Três anos mais tarde, em 2015, a empresa chegou à Série D com uma captação de US$ 75 milhões e uma avaliação de US$ 500 milhões. Na época, o Dollar Shave Club afirmava ser responsável por 13,3% das vendas de lâminas de barbear nos EUA, com mais de 2 milhões de assinantes.

À medida que crescia o debate sobre autocuidado e bem-estar masculino, o negócio ganhou ainda mais força. Com um portfólio ampliado para além das lâminas, incluindo produtos para cabelo, pele e barba, a startup surfou a onda de mudança de hábitos entre os homens. Em 2016, o sucesso chamou a atenção da Unilever, que adquiriu o Dollar Shave Club por US$ 1 bilhão em dinheiro.

8. Facebook

Em um de seus ensaios, Paul Graham, cofundador da Y Combinator, relembra como subestimou o potencial do Facebook no início. “Uma das minhas lembranças mais valiosas é como o Facebook me pareceu sem graça quando ouvi falar dele pela primeira vez. Um site para estudantes universitários perderem tempo? Parecia o exemplo perfeito de uma ideia ruim: um site voltado a um nicho específico, sem dinheiro e com uma proposta irrelevante.”

Na época do lançamento do Facebook, o mercado já contava com outras redes sociais como Friendster e MySpace. Antes delas, várias plataformas semelhantes haviam surgido e falido. O setor era visto como uma moda passageira, com novos sites pipocando e desaparecendo o tempo todo.

Além disso, o modelo de negócio não inspirava muita confiança: um site gratuito, voltado a um público estimado em 20 mil estudantes universitários e sem qualquer fonte de receita. Ainda assim, a rede começou a ganhar tração. Primeiro entre os alunos de Harvard, depois se espalhando por Stanford, Yale, Columbia e o restante da Ivy League, até alcançar instituições em todo o país e, posteriormente, no mundo.

Em 2004, o Facebook recebeu seu primeiro grande investimento: US$ 500 mil vindos de Peter Thiel, cofundador do PayPal. Em menos de um ano desde a fundação, a plataforma já havia superado a marca de 1 milhão de usuários.