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80% dos investidores acham que valuations de venture capital estão inchados

Pesquisa com gestores mostra que 55% deles esperam que os ativos piorem seu desempenho em 12 meses

Valuation
Crédito: Canva

O papo da bolha retorna. Em um cenário de investimentos que passa por um agressivo processo de ajuste, uma pesquisa da consultoria internacional Prequin foi ouvir dos gestores a opinião sobre algo que muitos já suspeitavam. E a resposta foi o que imaginamos: sim, o mercado de venture capital inchou as avaliações das empresas além da conta.

Segundo o estudo Investor Outlook, realizado em junho, 80% dos entrevistados – cerca de 300 gestores de investimentos em todo o mundo – demonstraram preocupação com os investimentos em venture capital, apontando que eles ainda estão supervalorizados. Além disso, 55% dos respondentes declararam que esperam que estes ativos piorem seus desempenhos nos próximos 12 meses.

Outro tipo de investimento que não está muito bem visto, conforme destacou a pesquisa, é o de private equity. 50% dos entrevistados acreditam que estes ativos continuarão a fase ruim e deverão até piorar dentro dos próximos 12 meses. Contudo, de acordo com os respondentes (cerca de 55%), a expectativa é de que os valores de private equity estejam mais próximos de seu “fundo do poço” do que os de venture capital.

Mesmo assim, o estudo mostra que o posicionamento é de cautela. Apenas 30% dos investidores de private equity e 26% de venture capital tem planos de reforçar seus ritmos de aportes nos próximos 12 meses. Isso representa uma queda de 13% e 17%, respectivamente, comparado com a mesma pesquisa no ano passado.

Colocando as proporções na ponta do lápis, que vem ganhando vantagem é o venture debt. 52% dos gestores entrevistados deverão concentrar suas alocações de capital neste modelo, enquanto 40,8% ficarão no venture capital e 34,8% no private equity.

Conforme destacou no estudo a head de pesquisas e insights da Prequin, Cameron Joyce, há uma mudança substancial no comportamento dos investidores. “A ressaca das medidas de estímulo de mercado pós-Covid – combinado com os eventos geopolíticos, criou uma tempestade perfeita para ativos de risco em 2022”, afirmou a analista, apontando fundos de hedge e private debt como as apostas que terão mais preferência no curto e médio prazo.