*Por André Macedo, CEO da Roota, startup membro do Cubo Itaú
Vivemos em um momento marcado pela complexidade e dinamismo econômico que desafia os empreendedores. O contexto atual é uma convergência de desafios econômicos, avanços tecnológicos acelerados e um mercado global em constante transformação. Com isso, a inovação deixa de ser um diferencial e se torna uma necessidade vital para a sobrevivência e prosperidade dos negócios.
Por outro lado, a instabilidade econômica cria um ambiente propício para a inovação. Em
períodos de incerteza, as indústrias e toda a cadeia produtiva buscam constantemente a
otimização de processos e a redução de custos por meio de soluções inovadoras.
Para se manterem competitivas, as indústrias buscam a otimização de processos com o objetivo de ganhar tempo e aumentar a produtividade, além de evitar perdas ao longo da cadeia produtiva que possam gerar prejuízos. Muitas vezes, isso envolve a utilização de tecnologias que previnem acidentes, evitando interrupções na produção, bem como, atrasos causados por problemas como a chegada tardia de colaboradores ou de matérias-primas.
Neste ponto, existe uma preocupação com tudo o que envolve a cadeia produtiva, desde o
transporte do colaborador com a utilização de tecnologias para a redução de custos, através
de otimização de rotas e processos na gestão do transporte, até a logística de entrega dos
produtos com o menor custo e em menor espaço de tempo possível.
No varejo, por exemplo, além das tecnologias, a inovação se manifesta quando marcas
utilizam parcerias estratégicas, muitas vezes fazendo Colabs entre si e compartilhando o
público final, reduzindo assim custos de marketing e aproveitando a força de ambas as marcas para inovar no mercado e oferecer algo singular e inesperado aos consumidores. Esse é um exemplo de como se inova ouvindo o cliente e acompanhando as tendências de
mercado.
Inovação como motor de crescimento
A inovação não se limita ao desenvolvimento de novas tecnologias, está presente em
modelos de negócios, estratégias de atendimento ao cliente e até em novas formas de lidar
com recursos humanos. No momento atual, onde os recursos são mais escassos e a
pressão por resultados é maior, a inovação precisa ser direcionada para a criação de valor.
Startups e pequenas empresas têm desempenhado um papel crucial nesse processo, pois
surgem com a agilidade necessária para identificar lacunas no mercado e desenvolver
soluções rápidas e flexíveis. As startups conseguem alcançar uma agilidade que empresas
de grande porte, com suas políticas de compliance e burocracias, não fornecem.
Com isso, há algum tempo, as startups têm se tornado, de certa forma, braços ágeis das
grandes indústrias, seja como parceiras ou muitas vezes sendo adquiridas pelas
grandes empresas.
E os empreendedores?
Há uma famosa citação de Warren Buffett que diz: “É só quando a maré baixa que você descobre quem estava nadando nu”. Em outras palavras, em períodos de prosperidade, práticas arriscadas e falhas podem passar despercebidas, mas em momentos de crise, a verdadeira solidez e prudência dos negócios são reveladas.
Para os empreendedores, a principal lição é que adaptação e resiliência são essenciais
para a sobrevivência em tempos de instabilidade econômica. Aqueles que se destacam
como líderes de inovação nesse cenário compreendem a importância de ouvir o mercado e
investir em inovação, processos, cultura e nas pessoas que compõem a empresa.
É preciso coragem e otimismo para enfrentar um momento de incertezas, mas é importante
lembrar que esses períodos também trazem grandes oportunidades para quem está
disposto a aproveitá-las de forma consciente e estratégica.