OpenAI
OpenAI. Crédito: divulgação

Para sustentar sua dispensiosa operação, a OpenAI está lançando mão de todos os recursos possíveis para captar. Dias depois de rumores de um possível investimento da Amazon na companhia, agora fontes revelaram que a dona do ChatGPT quer levantar até US$ 100 bilhões em uma nova rodada de financiamento.

Segundo divulgaram fontes anônimas ao Wall Street Journal, a empresa está em conversas com fundos para um novo deal, que poderia avaliar a OpenAI em até US$ 830 bilhões. De acordo com o jornal, a empresa pretende concluir a captação até o fim do primeiro trimestre do próximo ano e avalia convidar fundos soberanos para participar da rodada.

A possível rodada acontece em um momento de forte pressão por capital, à medida que a OpenAI se compromete com investimentos em infraestrutura que somam trilhões de dólares, e fecha acordos ao redor do mundo para se manter à frente na corrida do desenvolvimento de modelos de larga linguagem.

Segundo o WSJ, o novo aporte também ajudaria a bancar os custos crescentes de inferência, que parecem estar sendo pagos mais com dinheiro em caixa do que com créditos de nuvem — um sinal de que os gastos com computação já ultrapassaram o que parcerias e subsídios com empresas como Microsoft conseguem cobrir.

Inclusive, esse déficit entre receita e custos com infraestrutura abriu espaço para novas possibilidades, destravadas pela recente mudança da companhia para for-profit em outubro passado. Na quarta-feira (17), o site The Information reportou que a OpenAI negocia um aporte de US$ 10 bilhões com a Amazon, uma manobra para aumentar sua capacidade de nuvem e processamento.

O movimento ocorre enquanto a concorrência se intensifica, especialmente com rivais como Anthropic e Google, forçando a OpenAI a acelerar o lançamento de novos modelos e a ampliar sua presença no ecossistema de desenvolvedores e ferramentas.

Ao mesmo tempo, o entusiasmo mais amplo em torno da IA começou a esfriar recentemente, à medida que investidores passam a questionar se o ritmo de investimentos financiados por dívida — liderados por gigantes como Amazon, Microsoft, Oracle e a própria OpenAI — é sustentável no longo prazo. Esse cenário é agravado por gargalos na cadeia de suprimentos, especialmente na oferta de chips de memória, o que pode afetar todo o setor de tecnologia.

Além da nova rodada privada, a OpenAI também tem sido alvo de rumores sobre um possível IPO como alternativa para levantar dezenas de bilhões de dólares e financiar seus esforços de desenvolvimento. Atualmente, a empresa teria uma receita anual em taxa de execução (run rate) de cerca de US$ 20 bilhões, segundo fontes de mercado.

Caso a rodada se concretize, ela adicionaria um volume significativo de recursos ao caixa da OpenAI, que hoje já ultrapassa US$ 64 bilhões, segundo dados da PitchBook. A empresa foi avaliada pela última vez em cerca de US$ 500 bilhões, em uma transação secundária de US$ 6,6 bilhões em outubro. Antes disso, ela levantou US$ 40 bilhões em uma rodada com o SoftBank em abril.