A Agrow nasceu com a missão de transformar as operações comerciais e financeiras do agronegócio no Brasil, integrando toda a cadeia do agro e atendendo às necessidades do produtor. Com lançamento oficial previsto para fevereiro, a startup entra no mercado com a expectativa de movimentar mais de R$ 2 bilhões na próxima safra.
O motor da Agrow é o app Agrow.Pay, uma conta digital que permite fazer transações cotidianas de um banco digital como depósitos via boleto, transferências, cobranças, pagamento de boletos, extratos da conta e envio de TED. Além dos serviços financeiros, a plataforma permite que o usuário consulte a cotação dos grãos em tempo real, confira seu saldo e cheque a previsão de tempo.
“Cada fintech do mercado tem uma parte do processo. É meio dissociado, sem acesso a uma cadeia completa”, analisa Andressa Weschenfelder Paiz, diretora-executiva da Agrow. Para ela, o diferencial da startup é ter um serviço completo, uma espécie de “one-stop-shop”. Segundo Andressa, os próximos passos são conectar a plataforma a parceiros que tragam novos benefícios para o produtor. Funcionalidades como marketplace, seguros e produtos de crédito devem ser incorporadas ao longo do ano.
O projeto foi idealizado pela família Weschenfelder, que tem relação com o agro há mais de 50 anos. A startup tem um time executivo composto por profissionais como Luiz Guilherme Roncato (ex-Mastercard), Reginaldo Marques (ex-Whatsmoney), Andre Natale (ex-Julius Baer) e Diogo Richter (ex-Ebanx). Além deles, a Agrow tem um Comitê Estratégico composto por Lucas Chaise (Ex-XP Investimentos), Carlos Omine (ex-BB Americas) e Sandro W. Pereira dos Santos (PSQA Advogados).
O principal desafio da companhia é atrair os clientes e mostrar como a plataforma pode otimizar a cadeia. Como muitos agricultores estão acostumados com uma rotina de ir ao banco e conversar cara a cara com o gerente, a companhia precisa mostrar que a conta digital é segura e confiável. A estratégia tem sido adotar um atendimento mais humanizado via WhatsApp para sanar dúvidas e resolver eventuais problemas sem que os usuários tenham que buscar um atendimento presencial em outro banco.
Ganhando escala
Para o lançamento em fevereiro, a startup vai trabalhar com a safra de soja e estima ter 7 mil produtores da base inicial do Grupo Olfar, seu primeiro cliente e parceiro. A família Weschenfelder é dona do Olfar, considerado um dos maiores grupos industriais de biodiesel do Brasil e uma das principais empresas do segmento de industrialização da soja.
Com o objetivo de se consolidar no mercado, a Agrow está se dissociando do Grupo Olfar buscando ter uma operação mais independente. A companhia será vinculada ao investidor José Carlos Weschenfelder, que injetou uma quantia não revelada para lançar a startup no mercado e expandir o negócio a novos parceiros.
“O agro é muito grande e significativo no Brasil. O objetivo sempre foi que a Agrow tivesse um rumo próprio, sem nenhuma interferência de qualquer outro negócio. Vamos abrir [a solução] não para um único parceiro, mas para todos os possíveis, e levar a plataforma ao patamar que ela pode chegar”, explica Andressa, diretora-executiva da startup.
No momento, a companhia não está em busca de novos investidores, apenas de parceiros para incorporar novos serviços no app. “Vamos analisar ao longo do ano. A partir do 2º semestre talvez comecemos a olhar para investidores. Vamos escalar o negócio para chegar em um volume muito maior de agricultores na plataforma”, pontua a diretora, sem revelar a projeção de usuários. “Estamos com a equipe preparada para agregar o máximo número de parceiros possível”, conclui.