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Brasil mantém relevância e lidera mercado de agtechs na América Latina

País possui vantagem disparada em termos de representatividade no setor, com 83% das empresas da região

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Agtech. Crédito: Canva

A América Latina chegou à marca de 977 startups ativas no setor de agronegócio, de acordo com dados da rede de inovação aberta Liga Ventures, em parceria com a Bunge e o Hub CNA Digital. Segundo o relatório “Startup Landscape: Agtechs, o Brasil tem uma vantagem disparada em termos de sua representatividade no setor, hospedando 83% das empresas da região.

“O agronegócio é vital para a economia brasileira. Sua relevância se amplifica com a integração de inovações e startups, que são fundamentais para manter e aprimorar a posição do Brasil como um dos principais exportadores mundiais”, afirma Danielle Leonel, coordenadora do hub CNA Digital. “No contexto latino-americano, o crescimento das startups no setor agro marca um avanço notável, introduzindo tecnologias avançadas como inteligência artificial, machine learning, Internet das Coisas (IoT) e análise de dados”, pontua.

Segundo a executiva, essas inovações estão transformando as operações agrícolas, aumentando a eficiência produtiva e promovendo práticas sustentáveis, como o uso eficiente de recursos e a redução de impactos ambientais. Os segmentos mais aquecidos, de acordo com o levantamento, são o de biotecnologia (10,1%), backoffice para agronegócios (7,7%), vant e geoprocessamento (7,6%) e gestão da pecuária (7,6%).

Os resultados mostram um avanço tímido entre 2022 e 2023, em relação ao número de agtechs ativas na América Latina, passando de 976 para 977, no período. No entanto, o levantamento indica que o ecossistema segue em crescimento, com novas 864 startups do setor mapeadas em uma década. Atrás do Brasil na representatividade das agtechs na região estão a Argentina (5%), o México (4%), a Colômbia (4%) e o Chile (3%). 

Investimentos em agtechs

As startups com soluções para o agronegócio também sentiram os efeitos do chamado inverno do venture capital, com uma redução no volume de investimentos registrados nos últimos dois anos, assim como foi enfrentado por outros setores da economia global. O montante total investido nas agtechs caiu de R$ 2,1 bilhões em 2021 para R$ 1,8 bilhão em 2022, e menos de R$ 1,3 bilhão em 2023.

No ano passado, o estágio que mais captou foi a série A, movimentando R$ 820 milhões em 13 deals. O estágio série B captou R$ 290 milhões em apenas dois deals, e o seed recebeu R$ 94 milhões em 13 deals. O segmento que mais atraiu investimentos em 2023 foi o de serviços financeiros (26%), seguido pela agricultura de baixo carbono (22%), máquinas e equipamentos para produção (19%) e transformação de resíduos (13%).

De acordo com a Liga Ventures, a maioria (33%) das agtechs latinas estão no estágio “estável”, que condiz a empresas que estão no mercado há um tempo considerável e possuem operações saudáveis, tendo mais dificuldade para alcançar grandes crescimentos sem mudanças. Uma outra parcela (29%) ainda é emergente, com startups já estabelecidas no mercado e que buscam novas formas de atuação e/ou expandindo a base de clientes.

Cerca de 27% das agtechs são nascentes, fundadas recentemente e que ainda não conseguiram alavancar seus produtos e serviços, e uma menor parte (11%) são consideradas disruptoras. Ou seja, são startups lançadas há pouco tempo com soluções capazes de criar novos mercados e alterar o status quo, e muitas vezes já encontraram o product market fit e estão passando por um ganho de escala.