2021 foi um grande ano para diversas startups em estágio de crescimento. No caso da Omie, foi um ano em que ela levantou uma megarodada série C de R$ 580 milhões, liderada pela Softbank com extensão da chinesa Tencent.
Segundo a empresa, a rodada ajudou o negócio a navegar o difícil cenário econômico de 2022, avançar frentes do negócio e ter equilíbrio financeiro ainda em 2023. Entretanto, até o final deste ano a meta é uma: garantir o breakeven.
“Com os aportes, foi possível ampliar ainda mais nossa participação no mercado e investir na captação de novos clientes, evolução dos nossos produtos e na expansão dos canais de distribuição. Agora, temos uma estratégia consistente, focada em eficiência e performance, aumento de receita e na manutenção do fluxo de caixa positivo”, diz Marcelo Lombardo, CEO e cofundador da Omie.
No rastro da rodada, a Omie aproveitou para fazer diversas aquisições (foram cinco até o ano passado), entre elas fintechs como Ergoncredit e o banco digital Linker, assim como a Conpass, de soluções para experiência do consumidor. Tudo isso para aumentar os pontos de contato com diferentes clientes para emplacar o ERP Omie.
Outro movimento recente da companhia foi a de tornar agnóstico o software de gestão contábil OneFlow, deixando de ser exclusivo para empresas que utilizam o ERP da Omie, e permitindo a utilização por á disponível para contadores que trabalham como outros ERPs em seus clientes.
Apesar das manobras e ajustes exigidos pelo mercado desafiador, a empresa manteve a sua meta de impactar 1 milhão de clientes até 2023. Entretanto, conforme os números divulgados pela scale-up o crescimento registrado em 2022 ainda mostra um longo caminho até lá. A Omie começou 2022 com 88 mil clientes em 2022 e fechou o ano com 115 mil.
Entretanto, em linha com os movimentos recentes a meta é buscar o crescimento da receita recorrente, mas fazendo de forma sustentável, reduzindo gradualmente o cash burn empregado até então para impulsionar estes objetivos. Apesar de não dizer isso com todas as letras, a máquina de M&A que estava a toda no ano passado deve ficar em stand-by – a bem da verdade, ela já andava desligada desde a metade do ano passado, após a compra da Ergoncredit.
O crescimento sustentável esperado deve se apoiar em três vertentes: serviços financeiros, com o fortalecimento de soluções para esse mercado, como o Itaú Meu Negócio gestão by Omie, além de integração com mais bancos e lançamentos de produtos que seguem tendências do setor.
Outro ponto que a empresa quer explorar é o da educação empreendedora, por meio da Omie Academy, que acaba de anunciar novo posicionamento e passa a atuar como uma comunidade de empreendedores; canais de geração de expansão dos negócios, com ajuda das unidades franqueadas e por meio das parcerias com contadores que fazem a intermediação entre a Omie e seus próprios clientes.
“Esse crescimento sustentável, escalável e consistente do negócio nos permite um olhar estratégico sobre os ganhos e a tomar decisões inteligentes sobre a aplicação dos fundos captados por meio das rodadas de investimento, além de expectativa pelo breakeven ainda em 2023”, diz o CEO, em comunicado.