A Alice, uma das healthtechs mais badaladas do país nos últimos anos e um dos nomes nacionais que estavam na “sala de espera” para se tornar unicórnio, está enxugando seu time mais uma vez este ano. A companhia confirmou nesta quinta (08) a demissão de 113 pessoas, o equivalente a 16% do total de colaboradores.
Segundo afirmou a Alice em nota à reportagem do Startups, a reorganização visa a “geração de eficiência para readequação ao cenário macroeconômico mundial que tem impactado as empresas de tecnologia”. Conforme apurou o Startups junto a fontes ligadas à healthtech, os cortes afetaram todas as áreas da companhia.
O corte ocorre cinco meses após outra demissão em massa – em julho a empresa tinha afastado 67 profissionais da área de vendas. Segundo afirmam fontes ouvidas pela reportagem, a empresa desde então chegou a fazer mais algumas demissões pontuais, que segundo a própria Alice, foram por motivos de performance individual.
A segunda onda de demissões ocorre antes da healthtech fechar um ano do anúncio de sua rodada série C, em que levantou US$ 127 milhões num aporte liderado pelo SoftBank, acompanhado pelos fundos Kaszek e ThornTree Capital Partners.
Segundo afirmou a Alice em nota, a empresa ainda está com dinheiro no caixa, e o enxugamento na equipe faz parte de um reajuste de estratégia, em que o foco em crescimento é secundário. Segundo a healthtech, os recursos captados até o momento serão direcionados à evolução do produto para seus 11 mil membros.
“Apesar de dolorosa, estamos convictos que essa decisão tornará a Alice ainda mais forte. Temos visão de longo prazo e seguiremos cada vez mais sustentáveis”, explica André Florence, CEO da startup, em comunicado. “Somos muito gratos por toda dedicação desses talentosos profissionais que contribuíram para a construção da Alice e seguimos comprometidos em deixar o mundo mais saudável – missão que temos entregado com excelência até aqui”, finalizou o fundador.
Não está sendo fácil
A semana está complicada para muitas startups, que estão fechando seu ano às voltas com a necessidade de fazer cortes em seu quadro de funcionários – um exemplo é o da Buser, que anunciou também nesta quinta (8) a demissão de 30% do seu quadro de funcionários.
Assim como a Alice, outras startups infelizmente estão “reprisando o filme” que já passaram em algum momento durante 2022 e anunciando novas levas de demissão. Um exemplo é o da Loft, que confirmou na quarta (07) o afastamento de mais de 300 pessoas, que somaram a outros 543 funcionários demitidos em 2022.