Educação

Alura, FIAP e PM3 viram Grupo Alun e miram receita de R$ 1B

Como Grupo Alun, unidades manterão identidades e propostas, e querem formar 15M de pessoas até 2030. Crescimento passa por M&A e IA

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Gustavo Gennari, fundador da FIAP (à esq.), Paulo Silveira, fundador da Alura e CVO do Grupo Alun; Bruna Maggion, CMO do Grupo Alun; Juliano Tubino, CEO do Grupo Alun
Gustavo Gennari, fundador da FIAP (à esq.), Paulo Silveira, fundador da Alura e CVO do Grupo Alun; Bruna Maggion, CMO do Grupo Alun; Juliano Tubino, CEO do Grupo Alun (Foto: Divulgação)

O ecossistema Alura, formado pela Alura, FIAP e PM3, ganhou um novo nome. As escolas especializadas no mercado de tecnologia agora vão operar sob o guarda-chuva do Grupo Alun. O nome vem do latim, que significa aluno.

De acordo com Paulo Silveira, cofundador da Alura e CVO do grupo, o novo nome é uma forma de explicar para o mercado um movimento de integração que já vinha acontecendo internamente. “Estava muito claro para os executivos, mas não para os alunos e para o mercado. É FIAP, é Alura? É oferecer mais uma coisa? Com o nome do grupo, uma identidade, a gente quer resolver essas dúvidas”, disse ele em conversa com o Startups durante evento de anúncio da nova marca no escritório da FIAP na Avenida Paulista, em São Paulo.

Um exemplo de como as três marcas já vinham operando em conjunto é a criação da Pós-Tech, um curso de pós-graduação oferecido pela FIAP que tem recursos (leia-se receitas e despesas) compartilhados com Alura e PM3. “E fica mais fácil explicar quando mais uma marca entrar para participar [debaixo do guarda-chuva da Alun]”, disse Paulo, adiantando que a estratégia de M&A faz parte dos planos de crescimento do grupo.

Criações colaborativas

Com a nova estrutura, cada marca continua existindo e atuando de forma independente, mas o plano é buscar mais sinergias entre elas. Dentre as primeiras iniciativas neste sentido estão a criação de uma área de vagas, programas de internacionalização e mentorias técnicas e de liderança (o Talent Lab); uma comunidade para alunos e ex-alunos; e o programa de benefícios Alun+. “O grupo é um veículo para fomentar essas criações colaborativas”, disse Juliano Tubino, CEO do grupo, que chegou à empresa há pouco mais de três meses, vindo da RD Station/Totvs.

O grupo Alun tem hoje três milhões de alunos ativos em cursos que vão do ensino fundamental e médio até a pós-graduação. A atuação também inclui uma editora (Casa do Código) e uma rede de podcasts sobre tecnologia e inovação (IA Sob Controle, Hipsters Ponto Tech e Like a Boss).

Na avaliação de Tubino e de Paulo, é essa amplitude de atuação, com diferentes formatos de cursos para diferentes públicos e momentos de carreira que dá o diferencial do grupo Alun. Segundo eles, não nenhuma outra companhia no mundo que oferece um espectro de formação tão amplo na área de tecnologia. E com a área se tornando uma peça tão importante da atuação de qualquer negócio, o potencial de crescimento tende a ser praticamente ilimitado.

“A tecnologia entrou em escala. Faz parte de todas as carreiras. E essa convergência de qualificações vai gerar uma demanda por um bilhão de pessoas com conhecimento sobre criação de software, os citizen developers, até 2030. E isso é uma oportunidade incrível”, disse Tubino.

Em 2024, as operações geraram uma receita de R$ 560 milhões. Até 2027, a ambição é quase dobrar esse montante, chegando a R$ 1 bilhão. Até 2030, o plano é alcançar a marca de 15 milhões de alunos – um adicional de nove milhões aos seis milhões acumulados até hoje.   

Avenidas de crescimento do Grupo Alun

Tubino contou que são três as avenidas para atingir esse crescimento. O primeiro deles é a expansão territorial, levando a presença do grupo para atender as necessidades de ecossistemas em diferentes regiões do país. Um exemplo disso é a entrada no Instituto Caldeira, em Porto Alegre. Outro movimento é a expansão de perfis de alunos. Hoje a Alun está muito centrada nos perfis mais técnicos, mas o plano é ampliar o leque para quem está nas áreas de negócios. Finalmente, como não poderia deixar de ser, a inteligência artificial, com a oferta de cursos na área, e também usando internamente.

Os avanços serão feitos por meio de desenvolvimentos internos – como no caso da Pós-Tech – e também por meio de aquisições, como Paulo já havia comentado. O movimento será financiado com caixa próprio e, por enquanto, não há previsão de uma nova captação para financiar as operações. Um IPO poderia se beneficiar da estrutura de grupo, que ajuda a explicar o que a empresa faz. Mas isso não está no radar por enquanto.

No M&A, o plano é trazer para dentro negócios que complementem as ofertas, e não que simplesmente “empilhem” receita. Perguntado se a ideia é seguir o playbook criado pela Afya no setor de saúde, aproveitando que o grupo foi estruturado com apoio da gestora Crescera, que também investe na Alun, Paulo disse que não é isso. “A Afya comprou iguais [para ganhar escala]”, explicou.