A Amazon teria adquirido uma fatia da colombiana Rappi, em uma parceria estratégica que pode acirrar a concorrência da gigante norte-americana com o Mercado Livre, principal player regional. O investimento inicial teria sido de US$ 25 milhões em notas conversíveis (dívidas que podem ser convertidas em ações), segundo informações apuradas pela Bloomberg e publicadas nesta segunda-feira (08).
O aporte teria sido feito considerando um valuation de US$ 2,25 bilhões – metade do último valuation tornado público, de US$ 5,25 bilhões, em 2021.
As duas empresas já possuem uma relação comercial. A Rappi é cliente da Amazon Web Services (AWS). Além disso, no México, a Amazon oferece aos membros do Prime um ano de frete grátis na Rappi como benefício.
O México, inclusive, é um dos pontos centrais da operação. Junto com o Brasil, o país representa o maior mercado para food delivery na América Latina. No entanto, enquanto no Brasil a Rappi possui uma fatia pequena desse segmento – que é dominado pelo rival iFood, com cerca de 80% do market share –, no México a Rappi possui quase 40% do mercado.
Fontes ouvidas pelo Startups apontam que a estratégia da Amazon é aproveitar a força da Rappi no segmento de delivery no mercado mexicano para aumentar a ofensiva contra o Mercado Livre, que vem crescendo no país.
No segmento de supermercados, a startup concorre no Brasil com nomes como Shopper e Daki.
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Outra parte importante do acordo é o Rappi Turbo, modalidade de entregas em até 10 minutos do app, que ampliaria as possibilidades de entrega rápida da Amazon. Segundo fontes ouvidas pelo Startups, a ideia é que a Amazon entre no mercado de farmácias, um dos segmentos nos quais a Rappi tem mais força atualmente no Brasil.
Ainda conforme as fontes ouvidas pelo Startups, a Amazon deve disponibilizar cerca de 12 mil tipos de produtos de uso diário (pasta de dente, shampoo, entre outros) para serem entregues pela Rappi, ampliando sua entrega de itens de conveniência.
De acordo com a Bloomberg, apesar de o valor inicial ser de US$ 25 milhões, o acordo dá à Amazon o direito de comprar até 12% da Rappi por meio de warrants (uma espécie de vale para comprar ações no futuro a um preço fixo), caso certos marcos sejam atingidos.
Fundada em 2015, a Rappi tem entre seus investidores nomes de peso como SoftBank, Sequoia Capital e T. Rowe Price.
No mês passado, a empresa fechou um empréstimo sênior de US$ 100 milhões em um acordo com a gestora de crédito privado Kirkoswald e o Banco Santander, para bancar seus planos agressivos de crescimento no mercado latino-americano.
A companhia também estaria próxima do seu IPO. No ano passado, Simón Borrero, cofundador e CEO da Rappi, afirmou que a empresa poderia abrir capital em 2025, provavelmente em Wall Street.
