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Aplicativo Glorify levanta série A de US$ 40 mi de a16z, SoftBank e K5Global

A plataforma permite que cristãos façam reflexões, meditações guiadas, orações e leituras de passagens da Bíblia

Aplicativo Glorify levanta série A de US$ 40 mi de a16z, SoftBank e K5Global

O que Andreessen Horowitz tem em comum com a socialite Kris Jenner e os fundadores do Candy Crush? Todos eles estão investindo no aplicativo Glorify, que permite que cristãos façam reflexões, meditações guiadas, orações e leituras de passagens da Bíblia. A startup acaba de receber US$ 40 milhões do a16z, acompanhado do SoftBank Latin America Fund e K5Global, além das celebridades Michael Bublé, Corey Gamble, Jason Derulo e Michael Ovitz.

O negócio foi criado em meados de 2019 pelos empreendedores britânicos Henry Costa e Edward Beccle para ajudar cristãos em todo o mundo a se conectarem com Deus, facilitando a rotina de adoração e promovendo o bem-estar dos usuários. “A Bíblia é a maior fonte de positividade e ensinamentos de todos os tempos. Nossa missão como startup é ajudar as pessoas a incorporarem isso de forma simples e acessível”, diz Edward.

Com o aporte série A, a companhia pretende se consolidar como o maior app do mundo para cristãos. Para isso, boa parte do dinheiro será usada para expandir a equipe internacionalmente, com algo entre 20 e 100 novos colaboradores. O empreendedor explica que não há uma meta de contratações a serem feitas no próximo ano – a startup está muito mais preocupada em ter os colaboradores mais qualificados do mercado do que em fazer as contratações simplesmente para preencher os assentos da mesa. 

“Queremos as melhores pessoas ao nosso lado. Se acharmos alguém excepcional, mas não tivermos uma vaga aberta no momento, podemos criar o espaço só para tê-la conosco”, afirma o executivo. Os novos colaboradores deverão assumir cargos principalmente na América Latina e na sede em Londres.

O capital também será usado para desenvolver novos conteúdos devocionais exclusivos e aprimorar os recursos do aplicativo. Construído a partir da premissa de que conexões rápidas e regulares com Deus ajudam as pessoas a lutar contra a ansiedade, dormir melhor e melhorar seu bem-estar, o Glorify deve ganhar novos recursos de meditação, relaxamento, reza, músicas cristãs e qualidade de sono.

Os cofundadores do Glorify, Henry Costa e Edward Beccle

App para todos, até para as celebs

A rodada complementa o seed de US$ 4.6 milhões fechado em dezembro do ano passado. “Com o Glorify, agora temos as ferramentas para encontrar momentos ao longo do dia para nos conectarmos com Deus em nossos próprios termos”, diz  o cantor Michael Bublé, um dos investidores da rodada, em comunicado.

Um estudo de 2017 publicado no “British Journal of Marketing Studies” mostra que as celebridades passam credibilidade e confiabilidade para o público, e podem, inclusive, influenciar o comportamento de compra de um grupo de pessoas. Isso porque os consumidores também são fãs, e enxergam um valor ainda maior nos produtos e serviços apoiados pelos famosos que admira.

“A expectativa é que com essas celebridades nos apoiando publicamente, muitas pessoas dêem uma chance para o app e queiram testar suas funcionalidades”, diz Edward. “São mais pessoas falando abertamente sobre fé e querendo ajudar aqueles que os seguem. Vemos isso como uma oportunidade de criar movimentos culturais reais, atraindo especialmente os mais jovens.”

Glorify no Brasil

A versão brasileira do app chegou no país no início do ano, quando as igrejas e templos religiosos estavam fechados ao público por conta da pandemia. Como alternativa para quem queria exercitar a fé mesmo dentro de casa, a plataforma conseguiu atrair 600 mil usuários brasileiros em menos de 6 meses e deve fechar o ano com cerca de 2 milhões de downloads. Hoje já são mais de 40 milhões de minutos de conteúdo escutados.

“O engajamento dos brasileiros com nosso aplicativo é surpreendente, e faz do país um dos nossos maiores mercados”, diz Edward. No próximo ano, a startup quer fortalecer os negócios na América Latina e nos Estados Unidos. “Temos que continuar desenvolvendo o aplicativo com conteúdo de qualidade, e as coisas boas continuarão a acontecer”, finaliza.