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Após crescer rápido no digital, Minimal expande e mira varejo físico

Marca de camisetas básicas se destacou na web com proposta focada em qualidade, e agora quer expandir alcance e portfólio

Foto: Divulgação
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A Minimal Club não quer ser apenas mais uma marca competindo no disputado segmento de camisetas básicas masculinas. Para isso, a startup mineira se empenhou para se destacar nos canais digitais em 2022, o que fez com que chegasse a um valuation de R$ 25 milhões em pouco mais de um ano de vida. Para 2023, o plano é dobrar a receita, apostando em novos produtos e também no varejo físico.

Na visão do fundador e CEO da Minimal, José Bento Meirelles, a empresa está colocando o pé no acelerador para ampliar sua presença, baseada em um aporte de R$ 2 milhões recebido no fim do ano passado. Metade do investimento saiu do bolso de empresários e amigos próximos da empresa, e a outra foi captada via Investidores.vc, do empresário Amure Pinto.

Com o dinheiro no caixa o plano é se tornar a marca de preferência daquele público que prefere utilizar itens básicos de vestuário, incluindo no pacote o foco em qualidade do tecido e alfaiataria.

“Em todo lugar que frequentamos, a maioria dos homens estão sempre vestidos com camisetas pretas ou brancas lisas. Percebemos que as camisetas básicas de algumas marcas até famosas ficam com aspecto de velhas, desbotadas ou davam bolinhas com pouco tempo de uso. Por isso, trabalhamos com o algodão egípcio, um modelo de tecido super premium e que dura muito mais que as camisetas convencionais”, destaca o executivo, em entrevista ao Startups.

Com uma estratégia inicial focada 100% no digital – incluindo vídeos ora divertidos ora “estilosos” nas redes sociais, apresentados pelo próprio CEO – os resultados da empresa vieram em pouco tempo.

Após fechar o primeiro semestre de 2021 com um faturamento de pouco mais de R$ 165 mil, a empresa conquistou R$ 4,2 milhões com nove meses de vida e não teve menos de R$ 1 milhão de ganhos em nenhum mês do segundo semestre de 2022. O destaque foi em novembro, quando a companhia contabilizou mais de R$ 3,2 milhões em faturamento.

“Atraímos um público que, depois da pandemia, buscou uma alternativa menos formal para se vestir no dia-a-dia, mas que quer qualidade a um preço justo. É um público de ticket mais alto que as marcas populares, mas que deseja pagar mais barato que uma camiseta básica de grife”, explica José Bento. Atualmente, as camisetas da Minimal custam em torno de R$ 130.

Segundo o CEO, a empresa conquistou sua parcela de fãs ao adotar uma estratégia inversa à de muitas grifes, cujo nome no mercado dava aos clientes a impressão de qualidade. “No nosso caso, começamos falando da qualidade do produto e isso acabou fortalecendo o nosso nome”, avalia.

Próximos passos

Para sustentar os planos de crescimento para 2023, a Minimal já tem seu plano traçado: um dos focos é ampliar sua gama de produtos – o chamado wardrobe share – para o público masculino. “Nossa meta agora é desenvolver não só as melhores camisetas, mas as melhores calças, melhores cuecas, para atrair esse público que já é nosso consumidor. Temos uma base bastante fiel”, diz o CEO.

O CEO da Minimal Club, José Bento Meirelles, em vídeo da marca (Crédito: reprodução)
O CEO da Minimal Club, José Bento Meirelles, em vídeo da marca (Crédito: Reprodução)

A companhia também conta com planos mais ambiciosos. No começo do ano a Minimal criou uma holding, com o objetivo de se tornar um guarda-chuva para outras marcas de vestuário – uma “house of brands”, na definição do próprio CEO. Além da marca para o público masculino, estão entrando no mercado uma marca de vesturário feminino e outra de cama, mesa e banho, todas mantendo o conceito original premium da Minimal.

“A captação que fizemos será fundamental para a estruturação da holding, das novas marcas e também para reforçar o estoque da Minimal“, pontua José Bento.

Recentemente, a marca também colocou no ar o seu programa de assinatura. Por este modelo, clientes pagam uma mensalidade (de R$ 69,90 ou R$ 89,90) em troca de créditos na loja online, podendo comprar itens da marca a preços reduzidos.

A Minimal Club terminou o ano passado com 33 pessoas no time, número que a companhia pretende dobrar neste ano. “Também estamos mudando de galpão em Belo Horizonte, para atender melhor o crescimento nos pedidos”, completa.

Quanto ao varejo físico, a marca planeja em 2023 lançar a sua primeira loja própria. Apesar do plano ainda não estar 100% definido, a empresa deverá focar nos dois mercados onde tem maior participação – SP e BH – como candidatas. “Este é o momento ideal para ganhar mais visibilidade, autoridade e alcance. A intenção é que a Minimal seja sempre a primeira opção do consumidor quando ele pensar em um vestuário para o dia a dia”, finaliza o CEO.