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Após demissões, proptechs Casai e Nomah, da Loft, anunciam fusão

Nova empresa soma mais de 3 mil unidades entre México e Brasil e cerca de 200 mil hospedes

Imóvel
Foto: Canva

A Nomah e a Casai acabaram de confirmar o que o mercado já vinha antecipando há algumas semanas. As proptechs anunciaram hoje (18) um acordo definitivo de fusão de suas operações. Com foco em locação de curta temporada, a nova empresa soma mais de 3 mil unidades entre México e Brasil e cerca de 200 mil hospedes.

Os rumores da fusão começaram no fim de julho, quando a Bloomberg Línea apurou que a Casai, startup mexicana de hospedagem de curta temporada, havia demitido pelo menos 60 funcionários no Brasil – cerca de 30% do seu quadro de 200 colaboradores – e mais 20 pessoas no México.

“Como todas as startups, estávamos olhando várias opções para a sustentabilidade do nosso negócio”, diz Nico Barawid, fundador e CEO da Casai, em entrevista ao Startups. Segundo o executivo, as conversas com a Nomah começaram nos últimos meses. “As equipes sempre tiveram um respeito uma pela outra, mas as discussões [de fusão] começaram à medida que percebemos o tamanho da oportunidade”, completa.

O executivo confirma que houve demissões na Casai – na verdade, ele fala em “reestruturações”, embora não revele o número de funcionários desligados. “Fizemos uma reestruturação há algumas semanas, buscando formas de nosso produto continuar existindo. Para que pudéssemos seguir atendendo nossos hóspedes e garantir que tenhamos a melhor experiência no México e no Brasil”, pontua.

A Nomah, especializada em locação flexível de apartamentos de luxo, também teve que enxugar as operações frente ao momento atual do mercado. “[As demissões] não tiveram nada a ver com o M&A. Estamos vendo uma mudança de mentalidade no mercado, com foco em margens [financeiras]”, afirma Thomaz Guz, fundador e CEO da proptech. Há 2 semanas, o LinkedIn Notícias apurou que a Nomah demitiu cerca de 30 pessoas – 19% da sua equipe.

Antes dos desligamentos, a empresa teria descartado a possibilidade de cortes em uma conversa com os funcionários. Mas segundo Thomaz, a “reestruturação” da Nomah foi feita com 3 meses de planejamento. “O que aconteceu foi basicamente que o mercado macroeconômico mudou completamente e é normal ter que se adaptar como todas as outras startups precisam fazer”, afirma.

Em julho, quando a Bloomberg apurou a fusão das proptechs, a previsão era que novas demissões acontecessem nos próximos meses para reduzir as redundâncias dos times. Questionado sobre essa possibilidade, o fundador da Casai tenta contornar a pergunta. “Estamos olhando para a consolidação e vendo o que isso significa para a sustentabilidade futura da empresa. Estamos analisando onde as equipes se complementam e como podemos construir um futuro maior”, pontua.

A nova empresa

Neste primeiro momento, a Casai e a Nomah manterão suas marcas e ainda não se sabe qual nome prevalecerá após a fusão. “Temos duas operações diferentes que continuarão existindo [pelo menos por agora]. E durante os próximos 6 meses faremos todo o trabalho de integração”, explica Thomaz.

Em termos de liderança, Thomaz será nomeado presidente da empresa e Nico Barawid ficará no cargo de CEO. No último mês, a Bloomberg apurou que, com a fusão, Thomaz deixaria a empresa em 6 meses. Os executivos dizem ainda não saber se ambos continuarão no negócio depois da integração. “Estou muito confortável [com a decisão] e confio completamente na gestão do Nico”, diz Thomaz. Ele reforça que os executivos são sócios e que os dois têm participações no negócio. “Temos uma relação de longo prazo e compromisso com a empresa, e estamos alinhados muito bem”, afirma.

Desde 2020, a Nomah faz parte do ecossistema Loft, que também reduziu sua força de trabalho em uma 2ª rodada de demissões dispensou 12% do seu quadro de 3,2 mil pessoas. Com a fusão entre Casai e Nomah, a Loft ganha uma participação de valor não revelado na empresa combinada. O unicórnio de compra e venda de imóveis também entrará com um aporte adicional, acompanhado pelos já investidores Andreessen Horowitz e Monashees.

A nova empresa vai oferecer opções de compra de ações a todos os funcionários. A decisão, segundo os sócios, foi tomada para que os colaboradores se sintam donos do negócio.