Reviravolta

Após quase fechar, BossaBox alcança breakeven e triplica em 2024

Startup de gestão de squads virou o jogo no último ano, dobrando MRR e atraindo clientes como Bayer, Cubo Itaú e CRMBônus

Sócios da BossaBox: João Zanocelo, André Abreu, Jéssica Muniz e Eduardo Koller. Foto: Luciano Alves
Sócios da BossaBox: João Zanocelo, André Abreu, Jéssica Muniz e Eduardo Koller. Foto: Luciano Alves

O ano de 2022 foi complicado para a BossaBox. Mesmo com o aval de investidores como a Redpoint e Astella, a companhia se viu à beira do abismo, quase fechando as suas portas. Entretanto, a companhia conseguiu virar o jogo em 2024, equilibrando as contas para crescer de forma sustentável.

Em conversa com a reportagem do Startups, o cofundador e Head de Marketing e Produto e João Zanocelo contou mais sobre a reviravolta da companhia. Após enfrentar uma grave crise financeira dois anos atrás, o que quase levou ao encerramento de suas operações, a startup não apenas alcançou o breakeven, como também dobrou sua receita mensal no primeiro semestre e deve terminar o ano com três vezes a receita anotada em 2023.

Segundo João, o ano passado foi crucial para a reestruturação da empresa. “Foi nosso ano do ‘make or break‘”, destacou. Com menos acesso a capital, os fundadores adotaram uma abordagem focada na sustentabilidade, redefinindo processos internos. Além disso, a empresa chegou a fazer cortes no seu quadro de colaboradores, adotando uma linha mais austera no seu desenvolvimento de produtos.

Para João, porém, a principal mudança foi a e estratégias de aquisição de clientes, adotando um modelo de aquisição baseado em contas estratégicas. “Antes a gente se baseava muito na indicação, um canal com pouca previsibilidade”, afirma João.

No seu ano de “make or break”, a companhia refez a sua abordagem de clientes, buscando contas de interesse e alto ticket, assim como mudou sua proposta de valor, garantindo métricas de desempenho em contrato. “Antes os clientes não sabiam direito o que a gente vendia, se era horas ou escopo para esses times”, explica.

Com o plano revisto, a companhia não apenas atraiu clientes de peso como Bayer, Cubo Itaú, CRMBônus e SumUp, como também subiu o seu ticket médio mensal, que passou de R$ 60 mil para R$ 150 mil.

“Estamos colhendo o que plantamos há um ano. Com menos acesso à capital, tivemos que aprender a andar com as próprias pernas, alinhamos processos internamente e reorganizamos a casa para alcançar o breakeven. Hoje, temos uma empresa muito mais sólida e resiliente, assim como o mercado também tem voltado a normalidade”, destaca André Abreu, CEO e cofundador da BossaBox, em nota.

Lições aprendidas

Fundada em 2018, a BossaBox não teve dificuldades em atrair investidores interessados em sua plataforma que monta squads para desenvolver produtos digitais para startups e grandes empresas.

Já no seu segundo ano de operação, ela recebeu R$ 1,6 milhão em uma rodada seed com a Redpoint eVentures e SaaSholic, o que acelerou a parte de produto da companhia, pulando de 6 para 20 pessoas.

Em 2020, a Astella entrou no captable, e a companhia também se tornou parte do Cubo, algo que segundo João Zanocelo, foi uma virada de chave, abrindo um mercado inédito para suas soluções. O crescimento na época fez tanto Astella quanto Redpoint aportarem mais US$ 1,5 no negócio em 2021. Entretanto, as coisas rapidamente vieram a deteriorar.

“A partir do meio de 2022 as coisas começaram a piorar, muito churn, tava com a estratégia errada, confiando muito em captação para crescer. Éramos inexperientes e, no nosso caso, captar não significou que a gente fez mais e melhor. O dinheiro acabou trazendo mais caos e daí tivemos que recuperar o foco para não afundar”, recorda João.

Agora com uma operação ajustada e no azul, João afirma que a BossaBox não está particularmente interessada em buscar outras rodadas para acelerar seu ritmo de crescimento. “A melhor forma de captação é quando não precisa”, brinca o executivo. “Hoje sabemos que é melhor ter um core um bem fundamentado, pra depois pensar em investimento”, completa.

Além disso, depois de passar 2023 e 2024 focando na aquisição e entrega de valor aos clientes, em 2025 a empresa quer focar também nos profissionais. Com o caixa gerado, o plano da empresa para 2025 é o de trazer recursos – e profissionais – de IA para sua plataforma.

“Queremos acelerar em IA para ajudar clientes e squads a serem mais eficientes nas tarefas dentro da plataforma, como reports e insights, sempre focado em dados para tomada de decisão, construindo em cima da feature de BI que já possuímos”, conclui.