Fintech

Após rodada de US$ 80M, Clara lança vertical de viagens

Fintech de despesas corporativas anuncia a Travel Pay, que já começa com 700 agências especializadas em seu portfólio

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Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil | Foto: divulgação
Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil | Foto: divulgação

Em abril, durante o Web Summit, soltamos aqui no Startups, em primeira mão, o anúncio dos US$ 80 milhões captados pela Clara, um aporte para a fintech acelerar sua expansão na América Latina. Menos de dois meses depois, a companhia já anuncia seus primeiros passos para crescer: está lançando uma vertical dedicada à gestão de pagamentos de viagens corporativas.

Chamada Clara Travel Pay, a nova vertical já nasce com mais de 700 agências especializadas em seu portfólio de clientes, incluindo 8 das 10 maiores do Brasil. Em nota, a fintech frisa que a novidade tem o objetivo de reafirmar a marca como “principal parceira estratégica” das empresas na gestão das despesas com viagens.

Segundo o country manager da fintech no Brasil, Francisco Simon, a nova infraestrutura de pagamentos foi pensada para apoiar agências e empresas que precisam administrar um grande volume de reservas. Aliás, ela já começa com um volume alto de transações: antes do lançamento do TravelPay, a Clara já acumulava mais de R$ 4 bilhões em transações de viagens.

“O lançamento do Clara TravelPay reforça nosso compromisso em facilitar os processos da indústria de viagens, ao conectar empresas e agências às melhores soluções de pagamento e ao apoiar o desenvolvimento de seus negócios. Queremos nos tornar o principal parceiro do segmento”, afirma Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil, em comunicado.

Entre os principais recursos do novo produto estão o VCN (Virtual Card Number) e o CTA (Conta Centralizada de Viagens). O VCN permite a geração de cartões virtuais de uso único para cada reserva, aumentando a rastreabilidade e facilitando a conciliação dos dados. Já o CTA funciona como uma conta corporativa centralizada utilizada para concentrar os pagamentos de diversas reservas, incluindo também a emissão de seguros de saúde e de bagagem para cada reserva feita.

Investindo para concorrer

O anúncio acontece poucas semanas após uma captação de US$ 80 milhões em investimento. Em abril, a empresa anunciou que levantou US$ 40 milhões em equity com parceiros como Acrew Capital, Alter Global, Citi Ventures, Citius, Coatue, Commerce Ventures, DST Global, Endeavor Catalyst, Evolution Ventures, Gaingels, Kaszek Ventures, Monashees, Moore Strategic Ventures, Notable Capital e Picus Capital.

Outros US$ 40 milhões vieram do bolso da General Catalyst, que disponibilizou esse valor em financiamento por meio do seu Customer Value Fund, com foco em growth, direcionando ações para a expansão de iniciativas de marketing e vendas, além do desenvolvimento de soluções voltadas a verticais específicas de mercado, como a de viagens corporativas.

Um outro detalhe interessante é que o anúncio da Clara vem poucas semanas depois que uma de suas principais concorrentes — tanto no México quanto no Brasil — a Jeeves, também anunciou um movimento semelhante. Em abril, a companhia lançou uma solução baseada em cartões virtuais (VCN), voltada para pagamentos e gestão de viagens corporativas, um segmento no qual ainda não atuava. No fim das contas, o que isso mostra é que o terreno antes ocupado por empresas como a Portão3 fica cada vez mais concorrido.

Atualmente, a companhia possui cerca de 20 mil clientes, com México, Colômbia e Brasil puxando a frente. A Clara não divulga números de faturamento, mas em conversa com o Startups em abril, o fundador e CEO Gerry Giacomán Colyer destacou que a empresa está próxima da lucratividade — no ano passado, a companhia comemorou seu breakeven no Brasil. “É onde fica nossa sede e é o mercado onde mais crescemos. Nossa operação mexicana também deve alcançar o breakeven em breve”, afirmou na época.