O mercado das beautytechs, segmento de startups que desenvolvem soluções para a indústria da beleza, tem chamado a atenção de consumidores, empreendedores e investidores em todo o mundo. Com uma abrangência que inclui desde cosméticos e perfumes a itens para pele, cabelo e higiene pessoal o setor movimentou US$ 2,1 bilhões em 2020, US$ 900 milhões a mais do que no ano anterior, segundo o Crunchbase.
No Brasil, um estudo recente feito pela Liga Ventures e o Grupo Boticário mapeou 218 startups de beleza ativas no país, que utilizam diferentes tecnologias para otimizar e potencializar o dia a dia dos consumidores. Elas estão divididas em 22 categorias, sendo as principais skin care (12,84%), clean beauty (12,39%), cosméticos inteligentes (9,17%), fashiontechs (8,26%), beauty commerce (7,8%), marketplace de serviços (5,5%), sistemas de gestão (5,5%) e nutricosméticos (5,5%).
“O setor de beleza tem evoluído de forma significativa nos últimos anos e alcançado mercados e públicos antes pouco explorados com a ajuda das beautytechs, que conseguem aproveitar tecnologias como análise de dados e inteligência artificial para oferecer aos consumidores produtos e soluções de beleza personalizadas que de fato atendam às suas demandas em constante transformação”, afirma Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures, em nota. Ele observa que, embora o segmento de tecnologia tenha passado por momentos turbulentos desde 2022, o mercado de beleza é bastante promissor e ainda tem muito a crescer. “As beautytechs terão papel fundamental nessa jornada”, analisa Guilherme.
Para Paulo Braga, diretor de corporate ventures do Grupo Boticário, o mercado de startups nacional está cada vez mais aquecido no Brasil, e não é diferente no segmento de beleza. “Conhecer as beautytechs e apoiar o desenvolvimento do setor é algo fundamental para ampliarmos o ecossistema da beleza no qual fazemos parte. Quando olhamos para o volume e número de transações, vemos que é uma vertical relativamente nova quando comparada a outros segmentos de startups, porém com um crescimento acelerado”, pontua.
Perfil das beautytechs
O estudo revela que entre janeiro de 2022 e julho de 2023 foram realizados 15 investimentos no setor, que movimentaram cerca de R$ 97 milhões. Startups de skin care (33%) e ecossistemas de beleza (33%) tiveram a maior participação no montante total investido no período. O estudo mostra que 73% das startups de beleza no Brasil atuam no mercado B2C.
Em relação à maturidade das beautytechs nacionais, cerca de 46% delas foram criadas entre 2019 e 2022. Das empresas mapeadas, 33% são emergentes, 26% estão estáveis, 25% são nascentes e 15% delas disruptivas. As inovações mais aplicadas são Nanotecnologia (20%), Marketplace (17%), Data Analytics (5%), Plant Based (5%) e Banco de Dados (4%).
O Sudeste é o mercado mais aquecido, com São Paulo sendo a casa de 55% das beautytechs do país. Em seguida, está o Paraná (10%), Santa Catarina (8%), Minas Gerais (6%), Rio Grande do Sul (6%) e Rio de Janeiro (5%). Espírito Santo, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte aparecem na sequência, com uma participação de 3%, 1%, 1% e 1%, respectivamente.
Para realizar o estudo, foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores analisem e entendam as movimentações do mercado e encontrem oportunidades de negócios sinérgicos.