A Bertha Capital, gestora de CVC que conecta empresas e startups, e a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) acabam de lançar um fundo de investimento de R$ 100 milhões para acelerar startups do Amazonas.
O veículo realizará aportes de R$ 500 mil a R$ 5 milhões em empresas da indústria 4.0 que apoiem a digitalização de companhias locais e negócios da bioeconomia; e aproveitem o potencial da biodiversidade da região. Além disso, apostará em fintechs que facilitem o crédito para empresas amazoneses e traveltechs que causem impacto positivo no turismo local.
“Nossa ideia é criar um efeito cascata, em que o 1º investimento fortaleça uma empresa maior, que por sua vez, vai empoderar vários negócios em fase inicial, que são a maioria na região”, explica Rafael Moreira, diretor-executivo da Bertha Capital, em nota. Ele acrescenta que o objetivo é estimular o empreendedorismo de base tecnológica na Amazônia e capitalizar empresas locais.
Segundo o executivo, o fundo será responsável por investir em cerca de 15 negócios mais robustos. O 1º aporte será destinado a startups da própria Federação, que terá capacidade de investir e acelerar 50 empresas nos próximos 4 anos. As primeiras investidas serão selecionadas por meio de um programa de aceleração, cujas inscrições estarão abertas de 5 de abril a 5 de maio.
“Essa iniciativa ainda tem a participação das indústrias do Polo Industrial de Manaus, o que caracteriza o fundo como um venture capital multi-cotista estruturado com recursos de P&D ou de capital privado, para investir em empresas de tecnologia e de impacto global na Amazônia”, diz Antonio Silva, presidente da Fieam, em comunicado. “O objetivo não é só mudar o cenário financeiro para as empresas da região, mas também apoiar todo o desenvolvimento de novos negócios e o estabelecimento de parcerias estratégicas. Esperamos contribuir de maneira decisiva na consolidação desse importante vetor econômico no Amazonas”, completa.
Cerca de 68,9% das startups da região Norte do Brasil nunca receberam investimentos, de acordo com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups). Entre as que já receberam, a modalidade de venture capital representa apenas 7,1% do total. Nesse contexto, o fundo nasce com o objetivo mudar o cenário financeiro para as empresas da região e fomentar iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, estruturação de laboratórios e desenvolvimento dos negócios.