A Better Drinks, grupo brasileiro de marcas de bebidas, inicia hoje as operações em todo o país. A companhia nasceu da união das marcas Bear-Mate, F!VE, Mamba, Praya e Vivant. Juntas elas faturaram mais de R$ 50 milhões em 2021 e, agora, buscam a liderança em seus segmentos.
Criada por Felipe Szpigel (ex-Ambev) e Felipe Della Negra (ex-Ambev, Redbull e Kraft Heinz), a Better Drinks quer transformar o atual e tradicional setor de bebidas com soluções criativas e inovadoras que, além de atender ao consumidor também impulsionem umas as outras para ganhar escala. Com mais de 20 anos no setor, os sócios apoiarão as empresas a potencializar as operações com a otimização de processos, logística e conhecimento estratégico de mercado.
Para lançar a empresa, os sócios levantaram R$ 25 milhões de investidores-anjos, entre eles Thadeu, Felipe Diz e Rodrigo Monteiro, fundadores da Zee.Dog, e Fernando Gringberg, Mario Gorski, Ricardo Garrido e Sergio Camargo, do CiaTC. A Better Drinks vai operar com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, e já nasce com um time de 100 colaboradores – basicamente a soma das 5 marcas do portfólio.
A expectativa é faturar R$ 1 bilhão em 5 anos. “Quando o assunto é canal de venda, as de bebidas ou são tradicionais, presentes em supermercados e loajs de conveniência, ou estão no online, com e-commerce próprios ou parceiros. Nós estamos construindo a empresa para operar nos dois mercados com excelência”, afirma Szpigel.
Segundo Della Negra, a estratégia é expandir o portfólio onde o grupo já está presente. “A Better Drinks está nas lojas mais relevantes do Brasil, online ou offline, mas com 1 ou 2 marcas em cada parceiro. O objetivo é colocar o portfólio inteiro”, afirma. Outra estratégia é crescer geograficamente, já que 70% das vendas do grupo estão concentradas na região sudeste, onde as marcas foram fundadas.
Proposta e valores
Inspirada em companhias como Boston Beer Company e Mark Anthony Group, que lideram o mercado premium de bebidas nos Estados Unidos, a Better Drinks é dona de 100% das marcas do grupo. Com a aquisição, de valor não revelado, os fundadores e investidores das empresas incorporadas tornam-se sócios do grupo. “Foram eles que criaram a visão das marcas, então era muito importante que continuassem presentes nos negócios”, explica Szpigel.
Criada em Miami pelo próprio Felipe Szpigel, a F!VE oferece drinks artesanais em lata para quem quer aproveitar a coquetelaria além dos bares e restaurantes. Suas latinhas de 200 mL fazem releituras de coquetéis clássicos com toques tropicais, como o Mojito com maracujá, a gin tônica com sucos de limão e cranberry, e o Moscow Mule com tamarindo. O negócio surgiu em 2019 e desembarcou no Brasil no final de 2020.
Com 2 anos de operação, a Vivant, de vinhos em lata, já era avaliada em R$ 55 milhões. A companhia encerrou 2020 com um faturamento de R$ 6 milhões, 500% maior que no ano anterior. A carioca Praya cresceu 40% em 2020 com cervejas 100% naturais, veganas e sem aditivos químicos. Fecham o portfólio a Mamba, de águas, e a Bear-Mate, que criou uma alternativa saudável aos refrigerantes, oferecendo bebidas com mate, gás e cafeína natural.
“A escolha das marcas começa com o produto de altíssima qualidade. Olhamos para as categorias que estão em crescimento e as empreas que lideram esse movimento em cada setor”, diz Szpigel. Ter uma comunidade de consumidores engajados e sócios que queiram fazer parte da nova empreitada também é um forte diferencial para a Better Drinks.
Della Negra acrescenta que os sócios buscam marcas alinhadas aos valores do grupo, como o respeito pela diversidade, cuidado nas relações pessoais e adoção de práticas ESG. Ele cita a Praya, que em março do ano passado tinha 40% das mulheres em cargos de gerência e 21% dos funcionários autodeclarados negros. A marca é a primeira cerveja brasileira certificada com o Selo B, que reconhece empresas focadas em sustentabilidade, transparência e diminuição da desigualdade.
“O consumidor quer marcas de verdade, com ingredientes de verdade e feitas por gente de verdade. Estamos olhando para marcas que além de bons no negócio, nos ajudem a trabalhar essas questões no grupo como um todo”, diz Della Negra.
Segundo dos empreendedores, o foco agora é trabalhar com as marcas que já fazem parte do portfólio. “Nossa tese é diferente da Merama, que é uma máquina de M&As. Estamos focados em contar histórias, expandir o produto e atrair novos clientes”, afirma Szpigel. Isso não exclui, porém, a possibilidade de integrar 1 ou 2 novos nomes ao grupo no próximo ano, de um segmento diferente do que a companhia já tem até o momento.