A Betterlife, startup que desenvolve soluções nutricionais e funcionais para melhorar o desempenho físico e cognitivo, planeja o próximo movimento de sua estratégia. Com exclusividade ao Startups, a companhia anunciou planos para ampliar o portfólio de produtos, internacionalizar a marca e fechar uma rodada de investimentos em 2022.
Fundada em 2018 pelo casal de empreendedores Max Schmitt e Keli Rosa, a startup oferece produtos como cafés, chás, achocolatados e suplementos que prometem dar mais energia, saúde e bem-estar à vida dos clientes. Com sede em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, o e-commerce cresceu 10 vezes em faturamento nos últimos 8 meses e hoje fatura cerca de R$ 3 milhões por ano.
A projeção é faturar em torno de R$ 4 milhões e R$ 5 milhões em 2022. Para alcançar a meta, a startup conta com o apoio de Fernando Seabra, especialista em negócios, inovação e startups, que acaba de ganhar uma cadeira no conselho da Betterlife. O executivo é mentor no reality show Planeta Startup, da Rede TV, e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Fernando conheceu a Betterlife por indicação de personal trainers e nutricionistas que seguia nas redes sociais.
“Decidi testar o produto e percebi que era uma linha diferenciada, com forte cuidado com os ingredientes e focado em trazer mais rendimento para as pessoas”, afirma o especialista em entrevista ao Startups. Segundo Fernando, o trabalho dos empreendedores também lhe chamou a atenção. “Vi no Max e na Kelly uma verdade muito grande, pois eles tinham um problema próprio e decidiram criar a solução, e fizeram disso um negócio. E é esse tipo de gente que me atrai”, pontua.
Como membro do conselho, Fernando quer ajudar a transformar a Betterlife em uma nutritiontech. “Vamos colocar bastante tecnologia para criar modelos comerciais mais ágeis, estar mais perto do público e entregar além de um ótimo produto, marketing de conteúdo e experiências online, presenciais e híbridas”, diz o executivo. Ele também dará conselhos de negócio e ajudará a companhia a estruturar sua primeira rodada de captação, a ser concluída em 2022.
Reunindo investidores
A ideia para o aporte é captar cerca de R$ 20 milhões. Segundo Max, os recursos serão usados para investir em novos produtos e marketing, além de dar início à internacionalizção da marca. “O mercado norte-americano é um foco enorme e tem uma possiblidade de penetração muito grande”, diz Max, que além de cofundador é também presidente da Betterlife. Ele diz também vislumbrar o mercado europeu.
Em relação ao aumento do portfólio, a companhia lançou há algumas semanas cápsulas de vitaminas C e E, e melatonina em gotas, mas tem novidades previstas para os próximos meses. “Vamos lançar produtos bem diferenciados nos próximos meses. Uma inovação que ainda não existe no mercado brasileiro”, diz Max. Os produtos são desenvolvidos com o time de pesquisa e desenvolviento, além de parcerias com os médicos especialistas na área.
A princípio, a entrada de Fernando Seabra no conselho não envolve a entrada do executivo como investidor-anjo. “Eu sou a pessoa que está representando a empresa para conversar com fundos e investidores de fora. Já fomos sondados e estamos em processo de due diligence [análise dos riscos e oportunidades de negócio]”, diz Fernando. Ainda assim, ele afirma ter a opção de investir na empresa e converter sua participação no board em equity.
Com o dinheiro do aporte, a Betterlife também deve aumentar seus trabalhos com influenciadores digitais. A companhia já trabalha com embaixadores como Bella Falconi, mestre em nutrição e influenciadora de saúde e bem-estar, o treinador e recordista mundial Norton Mello, e a atleta profissional de voleibol Raquel Loff da Silva.
Análise de mercado
Fernando diz que a Betterlife tem potencial para crescer mesmo no momento atual do venture capital, com maior aversão ao risco por parte dos investidores e redução do tamanho dos cheques. “Sempre vai ter dinheiro para bons negócios. O mercado quer coisas reais que tenham um pé na inovação – e isso a gente tem para oferecer”, pontua.
Segundo o fundador Max Schmitt, os desafios fazem parte da vida como empreendedor. “Empreender no Brasil é um desafio diário. Mas somos resilientes, passamos pela pandemia que foi devastadora para muitos mercados e estamos crescendo. A expectativa é avançar ainda mais em 2023, principalmente com a ajuda do Fernando”, afirma.
Para escalar os negócios, a companhia pretende avançar no setor B2B – um mercado em que ela já atuava há alguns anos, mas que perdeu a força com o fechamento das lojas e empresas durante a pandemia. Nesse período, a empresa fez uma redução do time, enxugando de 17 para os atuais 8 colaboradores. Hoje a principal atuação da Betterlife é com o cliente final e a startup tem o desafio de retomar as vendas no B2B, que Max considera “muito importante para alavancar muito mais o negócio”.