
Lembra quando o Facebook mudou o nome para Meta para sinalizar sua grande aposta no metaverso? Passado o hype de 2021, a promessa de uma “revolução” tecnológica perdeu força, e o entusiasmo deu lugar ao ceticismo sobre a ideia de migrar a vida para um ambiente virtual. Agora, quem impulsionou o boom recua: a Meta prepara cortes de até 30% em suas iniciativas ligadas ao metaverso.
Segundo a Bloomberg, a controladora do Facebook – que já tratou o metaverso como o futuro da companhia – decidiu reduzir de forma significativa o orçamento da área no próximo ano. O corte atinge projetos como o mundo virtual Horizon Worlds e a divisão de realidade virtual Quest.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que uma redução dessa magnitude pode incluir demissões já em janeiro de 2026, embora ainda não haja decisão final.
Os cortes fazem parte do planejamento orçamentário da Meta para 2026. Em reuniões realizadas no mês passado, Mark Zuckerberg teria orientado executivos a buscar reduções de 10% em todas as áreas – uma solicitação que, segundo as fontes da Bloomberg, tem se repetido em ciclos orçamentários semelhantes nos últimos anos.
“A área de metaverso foi solicitada a fazer cortes mais profundos neste ano, já que a Meta não tem observado, na indústria, o nível de concorrência pela tecnologia que esperava”, escreveu a Bloomberg, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
A Reuters informou que a unidade de realidade aumentada da Meta já queimou mais de US$ 60 bilhões desde 2020.
Enquanto reduz a aposta no metaverso, a companhia acelera os investimentos em inteligência artificial, desenvolvendo modelos, chatbots e uma série de produtos, incluindo os óculos inteligentes Ray-Ban da Meta. Em 2025, a empresa lançou o Laboratório de Superinteligência após investir US$ 14,3 bilhões para adquirir 49% da Scale AI. Como parte do acordo, Alexandr Wang, fundador e CEO da startup, deixou o comando da Scale para liderar o novo laboratório da Meta, dedicado a iniciativas avançadas de IA.