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Birdie acelera expansão global para apoiar empresas centradas no cliente

Startup brasileira investida pelo SoftBank mira internacionalização e reforça time executivo para transformar CX em diferencial competitivo

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Birdie
Fundadores da Birdie (Foto: Divulgação)

A Birdie, plataforma que gera insights sobre a experiência do cliente para empresas de produtos digitais, vem consolidando sua posição como player global em customer experience (CX). Nos últimos meses, a empresa ampliou a base de grandes clientes, reforçou o time executivo e evoluiu sua tecnologia para competir em nível internacional, mantendo o desenvolvimento de ponta ancorado no Brasil.

Esse movimento se traduz em resultados expressivos: em 2024, a Birdie registrou crescimento de oito vezes no faturamento, e em 2025 já acumula alta de três vezes, com expectativa de encerrar o ano cinco vezes maior do que o anterior. Entre os novos clientes enterprise estão Nubank, Magalu, Natura, Zé Delivery, Agibank e Jeitto, além de Koho (Canadá) e Patreon (EUA).

Segundo os fundadores, a startup se consolidou como uma solução completa para centralizar e interpretar feedbacks de clientes. Mais do que aplicar inteligência artificial na automação de atendimento, a plataforma atua de forma estratégica ao identificar as causas de contato e possíveis frustrações dos usuários, permitindo que as empresas solucionem problemas na origem, reduzindo churn e custos operacionais.

“Começamos o processo de internacionalização e percebemos que o diferencial da Birdie está na maneira única como lidamos com a voz do cliente, por meio de uma metodologia própria suportada por tecnologias específicas”, afirma o cofundador Everton Cherman. “O fato de alguns concorrentes começarem a copiar nosso modelo mostra que a Birdie vem se destacando globalmente – e isso nos orgulha, já que é uma tecnologia criada por brasileiros competindo no mundo todo”, completa.

O que vem por aí

Com presença crescente fora do Brasil, a Birdie foca atualmente em ampliar sua atuação nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas já negocia também com empresas de Israel, Argentina e México. “Nosso objetivo é que metade da receita venha de fora do Brasil já no próximo ano. Hoje ainda é cerca de 10%, mas estamos acelerando essa curva”, afirma a cofundadora Patrícia Osorio.

Para sustentar a tração, a empresa reforçou seu time executivo com nomes de peso. Helena Aslan, ex-Nubank e QuintoAndar, assumiu a diretoria de Customer Loyalty & Transformation. Já Bruno Guimarães, com passagens por Qualtrics e Betano, entrou como Lead Product & CX Evangelist. No ano passado, a startup anunciou a contratação de ex-executivos do Nubank experiência em CX e Melhoria Contínua. “Nossa estratégia é trazer profissionais sêniores, com ampla experiência em áreas específicas”, explica Patrícia.

Na frente de tecnologia, a startup tem investido no desenvolvimento de agentes de IA aplicados ao contexto de CX. Um dos exemplos é a Sky, agente integrada ao Slack que permite que executivos consultem diretamente os principais problemas que impactam a satisfação dos clientes. “Já vimos até CEOs usando a ferramenta em reuniões estratégicas, o que mostra como a voz do cliente pode orientar decisões de alto nível”, destaca a empreendedora.

Embora aproveite o hype em torno dos agentes de IA, a Birdie busca se diferenciar de outros players. “Todo mundo está falando de agentes de IA – e eles de fato trazem benefícios. Mas nossa visão é estratégica: não queremos aplicar de forma desenfreada só por causa do hype. Pelo contrário, estamos desenvolvendo ferramentas em áreas onde acreditamos que não há solução mais eficiente, garantindo resultados consistentes e de excelência”, pontua Everton.

No campo financeiro, a empresa está prestes a alcançar o breakeven e optou por adiar a rodada Série A até cumprir os milestones previstos no roadmap. A expectativa é avaliar uma nova captação entre o início e a metade de 2026. Atualmente, a Birdie já conta com o SoftBank entre seus investidores. O conglomerado japonês liderou a rodada seed de US$ 7 milhões em 2022, com a co-liderança da Illuminate Ventures e participação de Fusion Fund, Astella e Endeavor Catalyst.