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Boca a boca é principal fator de decisão dos jovens ao escolher banco

Segundo estudo realizado pela Mambu, 90% do público jovem brasileiro buscou recomendações para escolher seu banco

Boca a boca é principal fator de decisão dos jovens ao escolher banco

Em meio à crescente concorrência e pesadas campanhas de marketing para conquistar o público jovem que está começando a se bancarizar no Brasil, um velho fator ainda é o que faz a diferença na hora de escolher um banco: o boca a boca. Isso é o que mostra uma pesquisa da fintech multinacional Mambu.

Segundo o estudo, realizado junto a 1250 pessoas com idades entre 18 e 35 anos, em seis países (incluindo o Brasil), 90% do público jovem consultado procurou recomendações antes de escolher seu banco. Deste percentual, 24% procuraram informações na internet para escolher um banco e 66% foram em fontes ainda mais próximas, como familiares, amigos ou colegas de trabalho em busca de dicas.

Cerca de 40% citaram a facilidade de cadastro, acessibilidade ou agilidade como principal fator na hora de optar por um provedor de serviços financeiros. Além disso, mais de 60% citaram um bom aplicativo móvel, opções de economia e recursos de pagamento como serviços obrigatórios de um banco.

No entanto, o estudo notou algumas diferenças entre gerações do público jovem em suas prioridades na hora de tomar a decisão final do banco a usar. Os Gen-Z colocam a facilidade de gestão do fluxo de dinheiro entre amigos, familiares e empregadores como algo importante. Já os Millennials priorizaram as instituições para formalizar o vínculo com o empregador.

Para os clientes com menos de 24 anos, os principais motivadores na escolha foram fatores como facilidade de cadastro, bons serviços e ferramentas e taxas competitivas. Para os acima de 28 anos, além da recomendação do empregador, a reputação do banco e facilidade no cadastro são importantes.

Mesmo assim, quando se trata da escolha da instituição financeira principal, tanto os mais jovens quanto os mais velhos concordam em um ponto: eles preferem os bancos tradicionais. Entre a geração Z, apenas 22% que optaram por um neobanco, enquanto entre os millennials, apenas 14% priorizam os neobancos.

Contudo, um percentual destacado pela Mambu se refere à fidelidade destes usuários. Segundo a pesquisa, 69% dos respondentes destacaram que não optariam por outra instituição quando abordados. Segundo a fintech, é um número sólido, mas não muito alto, e que deixa pouca margem para complacência dos players em meio a um mercado tão disputado.

Mudanças na escolha de banco

De acordo com a Mambu, ainda vivemos uma dicotomia entre novos bancos oferecendo novos modelos de gestão de finanças e a realidade ainda “engessada” na maior parte do mercado de trabalho, o que abre em duas hipóteses para os futuros usuários de serviços bancários.

A primeira é que os mais jovens, à medida que vão ingressando no mercado de trabalho, continuem optando por instituições bancárias tradicionais, já mais “antenadas” com as inovações trazidas pelos neobancos, enquanto estes últimos serão serviços paralelos, usados para operações financeiras pessoais, cartão de crédito, e outras atividades como enviar e receber dinheiro de familiares.

O outro cenário envolve uma mudança cultural significativa, em que os usuários mais jovens de neobancos que enxergam as finanças – e o mundo – como algo flexível, livre e aberto – irão transformar o setor à medida que envelhecem. Neste contexto, empregos se tornam menos lineares na chamada gig economy, e cargos corporativos cruzados, com pessoas tendo posições em diferentes organizações, se tornam cada vez mais comuns.

“À medida que os jovens adultos envelhecem, a demanda por serviços de neobancos irá crescer com eles, inclusive em termos de sofisticação. Basicamente, o consumidor ou a instituição financeira irão se adaptar a uma força de trabalho cada vez mais global”, destacou a Mambu em suas considerações no estudo.

Marketing para ganhar o consumidor jovem

Para a Mambu, o poder do boca a boca na hora dos jovens decidirem seu banco reflete a necessidade das instituições em desenvolver uma marca ou manter a imagem da marca forte. E hoje em dia, o mercado brasileiro vive em meio a uma forte movimentação neste sentido.

Bancos tradicionais andam investindo pesado em digital e novas formas de conteúdo para fortalecer sua marca. Por exemplo, em março deste ano o Itaú criou uma área de “Narrativa Estratégica de Marca”, contratando o ex-diretor de conteúdo digital na Petrobrás, Raul Santahelena, para tocar esta frente.

Bem, o Nubank segue fazendo as coisas de Nubank – todo mundo ouviu falar da presença de Anitta como membro do conselho de administração do neobanco, o que gerou dúvidas se isso era realmente uma movimentação séria de negócios ou apenas um posto glorificado para uma garota propaganda da marca.

Trocando o roxinho pelo amarelo, outro neobanco está investindo pesado em fortalecimento de marca para trazer mais clientes jovens. O Will Bank, que recebeu R$ 250 milhões advindos da XP e Atmos Capital em 2021, chamou um time de artistas e influenciadores (Pabllo Vittar, Thelminha Assis, Maisa e Whindersson Nunes), com o plano de atingir uma base de mais de 100 milhões de seguidores trazidos por estas celebridades.