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Brasileira AEVO inicia operação na Holanda após follow-on do FUNSES1

Atualmente, cerca de 5% da base de clientes da AEVO está fora do Brasil – até o final deste ano, a meta é dobrar essa fatia para 10%

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Luís Felipe Carvalho, CEO da AEVO | Foto: Divulgação
Luís Felipe Carvalho, CEO da AEVO | Foto: Divulgação

A startup brasileira AEVO, que oferece um software de gestão de inovação para grandes empresas, deu início aos seus planos de expansão internacional, com a abertura de um escritório na Holanda. O movimento foi possibilitado pelo follow-on de US$ 1 milhão levantado com o FUNSES1, o Fundo Soberano do Espírito Santo, gerido pela Quartzo Capital.

Fundada no Espírito Santo, a AEVO foi uma das primeiras investidas do fundo, que já havia alocado cerca de US$ 1 milhão na startup em 2022. Atualmente, o FUNSES1 tem 42 investidas. Para Marcel Malczweski, CEO e sócio da Quartzo Capital, a expansão para a Europa é um marco para a companhia, além de ampliar as possibilidades de exits para um estratégico internacional.

Atualmente, cerca de 5% da base de clientes da AEVO está fora do Brasil – até o final deste ano, a meta é dobrar essa fatia para 10%, com projeção de alcançar 30% de presença internacional até 2027.

A empresa já conta com clientes em mais de 10 países no mundo, em 4 continentes: América do Sul, América do Norte, Europa e África.

“Nossa solução faz sentido para empresas de grande porte, em que é mais difícil fazer a gestão da inovação. Boa parte dos nossos clientes são multinacionais, como a Bic, fabricante de canetas, que puxou a nossa expansão internacional. Ela era cliente nossa em Manaus e, com o tempo, começamos a ir para outras plantas, como México, França, Grécia”, conta Luís Felipe Carvalho, CEO na AEVO.​

O software da AEVO permite que as empresas organizem as ideias inovadoras, do insight à implantação, com ajuda da inteligência artificial. Um dos casos de sucesso possibilitados pela plataforma foi na distribuidora de energia Energisa, que desenvolveu uma cunha polimérica separadora de fases após um funcionário fazer a sugestão através da AEVO.

“A Energisa tem 17 mil colaboradores e muitos são eletricistas, que fazem manutenção em postes de rua. Um deles desenvolveu uma ferramenta de madeira para separar os cabos multiplexados, o que melhorou a produtividade e segurança no trabalho. Ele então entrou com a ideia inicial na plataforma, e ela foi aprimorada pela área de inovação, que desenvolveu uma ferramenta usando impressora 3D. O produto foi escalado e virou padrão para toda a companhia, que patenteou e pode até vender para concorrentes, recebendo royalties”, afirma Luís.

Cunha desenvolvida após sugestão de funcionário | Crédito: Divulgação

O CEO da AEVO explica que 80% do valor das inovações vem de ideias da linha de frente, como foi o caso da Energisa. No entanto, em boa parte das empresas, são as altas lideranças que participam dos processos decisórios de inovação, o que acaba levando a uma perda de valor.

A ideia é que a plataforma democratize esse processo, permitindo que todos os funcionários deem ideias e façam sugestões. “Os tímidos são os que mais surpreendem, porque preferem colocar sua ideia num aplicativo do que falar com uma pessoa sobre isso. E das pessoas que menos falam nas reuniões costumam sair as melhores ideias”, diz Luís.

Segundo o executivo, a AEVO tem demonstrado ser competitiva em relação aos concorrentes europeus e norte-americanos. A escolha da Holanda como porta de entrada para a Europa se deve à sua posição estratégica e ao ambiente favorável ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras, visto que o país é reconhecido como um hub global de inovação.

“A Holanda é um país de baixa burocracia e muito aberto a negócios internacionais, tendo vocação para atrair empresas de fora. A expansão para a Europa é mais do que um marco estratégico para a AEVO, é também uma demonstração do impacto que investimentos bem direcionados podem ter na projeção internacional de empresas capixabas”, destaca Marcel Malczweski, da Quartzo.