Com 20 anos de história no setor petroquímico global, a Braskem está aumentando seus esforços para levar inovação para dentro do seu ecossistema. A iniciativa mais recente é o lançamento do Oxygea, um hub de starups criado para fomentar o desenvolvimento de ideias e negócios inovadores.
A iniciativa destinará US$ 150 milhões para parceria com startups, atuando em duas frentes: venture builder, com foco em estruturação e incubação de novos negócios (US$ 50 milhões), e corporate venture capital (CVC), para investir em startups mais maduras (US$ 100 milhões). A tese de investimentos é pautada em sustentabilidade (neutralização de carbono, redução de emissões, reciclagem, energia renovável, entre outros) e transformação digital (relacionada a fábricas inteligentes – Indústria 4.0 e 5.0, machine learning, inteligência artificial e futuro da mobilidade).
“Fizemos um projeto interno para ver como acelerar a inovação na Braskem e chegamos à conclusão de que a aproximação com o ecossistema de startups era crucial”, afirma Artur Faria, diretor-executivo do Oxygea. O executivo tem uma trajetória de longa data na companhia, dedicando os últimos 9 anos às diretorias de M&A, novos negócios e planejamento estratégico. Artur ressalta que a Braskem já tinha iniciativas de inovação aberta, como o programa de aceleração e mentoria Braskem Labs. No entanto, faltava um mecanismo autônomo e estruturado para trocar com o ecossistema.
Do lado do venture builder, a Oxygea já abriga 4 iniciativas que surgiram na Braskem: Loadshark, sistema de gestão de fretes com funcionalidade de leilão reverso para embarcadores; AM Solutions, de produção e venda de filamento para impressoras 3D; S-Index, padrão de sustentabilidade para consumidores compararem o impacto ambiental de diferentes produtos; e Babel, de otimização do processo produtivo de transformadores da indústria plástica por meio de machine learning.
“Percebemos que em uma empresa do tamanho da Braskem, não tínhamos estrutura, processos e governança adequada para que as startups pudessem prosperar, porque elas ficam dentro de uma estrutura grande, com muita burocracia e alto nível de compliance. A primeira etapa foi desenvolver o venture builder para que as empresas internas consigam crescer”, diz Artur. A Braskem tem 40 unidades industriais no Brasil, EUA, México e Alemanha, e exporta seus produtos para clientes em mais de 71 países.
Nessa vertical, o foco é startups em estágio pré-seed e seed. Já no CVC, a empresa olha para série A e B. “O corporate venture capital é uma forma mais ágil de investir em startups”, cosidera Artur. O veículo nasce como um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para aportar recursos em 15 startups nos próximos 5 anos.
O que está na mesa
Para Artur, o momento atual do mercado é o ideal para a Braskem entrar com mais força no ecossistema de startups. “É a hora que elas mais estão precisando. Muitas estão passando aperto por conta do juros alto e volume de investimento diminuindo, que fazem parte do contexto global. Mas nosso capital está comprometido e temos a estrutura para apoiar essas empresas”, explica o executivo.
O intuito é oferecer mais do que o capital financeiro – entra em cena o famoso smart money. A Braskem disponibilizará especialistas de diversas áreas necessárias para o negócio, como marketing, recursos humanos e finanças, para solucionar as dores e necessidades das startups parceiras. A companhia também deixa a disposição mentorias, conexões e a possibilidade de usra a Braskem como laboratório, além de ter a petroquímica como cliente.
“Nosso objetivo é ter a capacidade de oferecer o backoffice para as startups, para que elas foquem em suas soluções e não gastem tempo e recurso com atividades que nós podemos fazer”, pontua Artur. É um trabalho de “backoffice as a service”, com a Braskem oferecendo todo o suporte técnico necessário para que as startups cresçam com sustentabilidade.